domingo, 1 de janeiro de 2017


Inteligibilidade do Universo

 

                            Einstein dizia que o maior mistério não era entendermos o universo, mas que ele fosse inteligível. Na realidade isso é um pseudo-dilema, um dilema falso, uma falsa encruzilhada, desde quando já ser é ser o que entende, mesmo no nível mais baixo do existir.

                            As pirâmides são o desenho de subsistência do pluriverso.

                            Micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos, corpomente); mesopirâmide (indivíduos, famílias, grupos, empresas, municípios/cidades, estados, nações, mundos), enquanto programáquina decifrador; macropirâmide (planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados, superaglomerados, universos, pluriverso), enquanto extremo aonde ir. Em conjunto vão do mínimo ao máximo, necessariamente, pelo menos num dos pontos do infinito. Em algum dos infinitos universos, UM pelo menos monta a partir da Natureza ao acaso o necessário Deus, do par oposto/complementar natureza/Deus, Ela/Ele, ELI.

                            Ora, havendo uma natureza haverá dentro dela evolução, revolução, reevolução – avanço, salto, re-avanço. Pode ser que o racional dominante tenha esse desenho que temos, que pode estar na média, abaixo dela ou acima dela. Haverá acumulação. Talvez chegue o racional dominante a um beco sem saída, mas num caso qualquer nalgum universo, pelo menos em um, certamente em 2,5 %, a mensagem será construída e re-construída.

                            Criado o ambiente, a pessoa dentro dele o entenderá.

                            Pois o ser humano não é mais o cérebro único, longe disso, muito longe disso. Através das pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) nos ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) uma FORMESTRUTURA COMPREENSIVA vai sendo montada. Ela mesma luta pela sobrevivência, selecionando o ambiente, sendo selecionada pelo ambiente, selecionando-se, a F/E-C vai se completando, agoraqui com esses seis bilhões de seres humanos, mais o apoio biológico/p.2, e todo gênero de memória.

                            Nós entendemos o universo. E ele é inteligível PORQUE somos um contramolde seu, em “total” paralelo com ele, em diálogo-de-mundo através dos sentidos externinternos. O universo também nos entende. Nós o mensuramos com o nosso fazer e ele nos mensura também, em correspondência biunívoca, “pau-a-pau”, como diz a gíria. Talvez seja uma dupla-linha que vai corretamente do começo ao fim, talvez ela se curve sobre si e nunca alcance a compreensão final. Talvez seja uma linha minimax, talvez até uma linha minimax total, o maior rendimento possível, indo do começo ao fim em tempo mínimo.

                            Independente de ser ou não, SEMPRE o universo vai ser entendido, mais ou menos. Porque estar vivo, SER, já é entender. Não entender é não-ser, e isso também existe, 2,5 % do tempespaço. Há possibilidades no Espaço de Configurações que nunca viram surgir universos. Toda vez que eles surgem, nos casos em que o SER emergir haverá fatalmente entendimento, porque entendimento é colado a SER. Os vombates não entendem o universo? Claro que sim, à maneira vombatiana. E os társios? E as équidnas? E os pica-alpinos? E os ocapis? E as zebras?

                            Portanto, entender o universo é o mesmo que SER. Entrementes, nem todos são suficientemente espertos para entender COMPLETAMENTE o universo. É aí que entram os maiores criadores, como Einstein e outros. A alegria vem tanto de existir uma base que trabalha para os que acima estão tenham tempo de compreender, quanto quando estes entendem que compreendem por aqueles também.

                            Vitória, domingo, 13 de outubro de 2002.

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