Filmes Embutidos
Faz
tempo penso num filme de faroeste na quarta parte do tempo, no qual, como em
certos filmes B e C aparece um microfone em cima, ou marca de injeção contra
varíola numa época em que elas não existiam. O diretor naturalmente esbraveja e
faz parar tudo, as pessoas vão para casa, que será lá por 1975.
Neste
segundo filme há ação, emoção, tudo junto, e então aparece uma outra falha
clamorosa, tipo um notebook avançado que só foi aparecer na década dos 1990.
Tudo paralisado novamente, as pessoas emergem em digamos, 2017, e há mais uma
falha, que agora remete a 2650, aí terminando por incutir na cabeça dos
espectadores pensamentos sobre uma falha (na tecnologia do século XXVII, que
não estaria sendo notada, de modo algum, mas que presumivelmente estaria lá, em
algum lugar). Que é para todos saírem do cinema com a pergunta mais profunda se
nós mesmos não somos um filme no qual há uma falha que os que estão dentro
jamais perceberão.
Isso
renderá uma série, com os devidos cuidados de não exagerar, bem como um
conjunto de jogos de computador do tipo “procure o erro”. A idéia é que de
algum ponto muito longe no futuro alguns cineastas estão filmando porções que
estão inserindo em nossa realidade e com as quais, com toda certeza, não
deparamos. Realidades dentro de realidades. E não seria TODA A REALIDADE um
filme que ELI, Natureza/Deus, Ela/Ela está fazendo?
Vitória,
segunda-feira, 02 de dezembro de 2002.
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