terça-feira, 10 de janeiro de 2017


Filmes Embutidos

 

                            Faz tempo penso num filme de faroeste na quarta parte do tempo, no qual, como em certos filmes B e C aparece um microfone em cima, ou marca de injeção contra varíola numa época em que elas não existiam. O diretor naturalmente esbraveja e faz parar tudo, as pessoas vão para casa, que será lá por 1975.

                            Neste segundo filme há ação, emoção, tudo junto, e então aparece uma outra falha clamorosa, tipo um notebook avançado que só foi aparecer na década dos 1990. Tudo paralisado novamente, as pessoas emergem em digamos, 2017, e há mais uma falha, que agora remete a 2650, aí terminando por incutir na cabeça dos espectadores pensamentos sobre uma falha (na tecnologia do século XXVII, que não estaria sendo notada, de modo algum, mas que presumivelmente estaria lá, em algum lugar). Que é para todos saírem do cinema com a pergunta mais profunda se nós mesmos não somos um filme no qual há uma falha que os que estão dentro jamais perceberão.

                            Isso renderá uma série, com os devidos cuidados de não exagerar, bem como um conjunto de jogos de computador do tipo “procure o erro”. A idéia é que de algum ponto muito longe no futuro alguns cineastas estão filmando porções que estão inserindo em nossa realidade e com as quais, com toda certeza, não deparamos. Realidades dentro de realidades. E não seria TODA A REALIDADE um filme que ELI, Natureza/Deus, Ela/Ela está fazendo?

                           Vitória, segunda-feira, 02 de dezembro de 2002.

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