sábado, 7 de janeiro de 2017


Dois Tipos de Crescimento Zero

 

                            Faz tempo ouço falar do CZ, talvez derivado das teses de 1967 do Clube de Roma no livro Limites do Crescimento. Não sei, é uma questão a investigar. Fiquei indignadíssimo, PORQUE há tanto a construir, especialmente tantos povos e nações a avançar para suas expressões particulares, que o primeiro e o segundo mundos (num conjunto de perto de 220 nações, grupos de 55, 110 delas), comportando apenas metade dos países, não dá vazão.

                            A humanidade não é só isso que estamos vendo, é muito mais.

                            Identificar o crescimento humano APENAS com o que é europeu e americano do Norte É ERRADO! Claro que europeus, americanos, japoneses e outros povos fizeram maravilhas, que eu aplaudo delirantemente. Palmas para eles. Sem esquecer essas realizações há muito mais no futuro e devemos não apenas dar chance, facilitar, ir abrindo as portas, mas empurrar esses povos e nações do terceiro e quarto mundos, 110 deles e delas, a mostrar sua própria compreensão do universo, porque, como dizem, Deus é servido de muitos modos.

                            Para solucionar a questão devemos primeiro ver que há dois gêneros de crescimento zero.

                            Primeiro o que paralisaria o crescimento na produção socioeconômica de agora, por exemplo, os EUA ficarem sempre perto dos US$ 10 trilhões, mesmo com o crescimento populacional, que de todo modo é pequeno. Segundo o que replicasse exatamente o crescimento populacional. Se o primeiro é detestável, o segundo pode ser analisado. Não agora, pois há tanto a reparar, há tanto a fazer, mas nalgum futuro, porque o crescimento humano além dos ritmo populacional está tencionando demais a frente do Conhecimento geral (Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), em particular a frente tecnocientífica que, voltada para o modelo euro-americano de percepção de mundo, não consegue dar as respostas requeridas por toda a humanidade.

                            Haverá um momento em que esse segundo tipo de CZ deverá ser adotado, para a tranqüilidade de todos.

                            Se pensarmos bem uma produção de US$ 10 trilhões (se a população permanecesse a mesma) nos EUA acrescenta muita coisa a cada ano, sobre o mesmo espaçotempo geo-histórico. Acrescenta demais em casas, construções, pontes, estradas de ferro e todo gênero de produção, uma quantidade inacreditável de coisas. E a produção mundial, que deve ser quatro vezes a americana, daí US$ 40 trilhões mais ainda. Imagine quanto é isso, sendo multiplicado por 100 anos, quatro quatrilhões de dólares de hoje. É coisa demais, ultrapassa toda medida do passado, de forma que se soubéssemos conduzir ficaríamos mesmo muito bem.

                            A questão toda, naturalmente, é essa chave, SABER CONDUZIR. Quem dirá como, quando e as outras perguntas? Da psicologia (quem, por quê, com quê, como, quando e onde?) podemos tirar um punhado de dores de cabeça. A ONU é suficiente? Não tem sido, conduzida isoladamente que é pelos mesmo interesses dos grandes.

                            Caso fôssemos capazes de adotar um Congresso do CZ realmente representativo de todos os interesses humanos legítimos neste espaçotempo de julgamento, creio que o CZ seria viável, dentro de, digamos, 50 anos. As pessoas teriam esse horizonte para começá-lo, caso não apareçam as novidades salvadoras.

                            Vitória, quarta-feira, 20 de novembro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário