quinta-feira, 12 de janeiro de 2017


Divisão dos Mundos

 

                            São muitos mundos misturados.

                            Só essa pessoa em especial pode fazer isso, mas ao simplesmente andar passa de uma década a outra, de uma a outro milênio, num estando com as vestimentas próprias, falando aquela língua, com todo o conhecimento próprio, e no seguinte já emergindo com as roupas dali e de quando, com o conhecimento adequado, falando fluentemente a língua ou dialeto da gente dali.      Ainda vê do outro lado da interface os outros com os quais convivia antes. Conserva as memórias, mas não pode usá-las. Se de um lado era o oprimido do outro será o opressor tentando justificar-se de suas barbaridades. Uma hora é o pai que bate, outro o garoto que apanha, o que sente fome e o abastado que joga comida fora. Muitas variações podem ser feias.

                            Por dentro, criticando suas ações, vê-se impotente para mudá-las, porque agora está encarnado nos interesses próprios. Isso, por um lado, mostrará como às vezes não conhecemos as razões alheias. Mas, ao voltar ao seu mundo de origem a pessoa vê como modificar em si seus erros e ajudar os outros a sair dos deles.

                            O filme-piloto e a série de TV teriam que montar inúmeros cenários de todos os tempos e espaços, todas as geo-histórias. Com isso os telespectadores teriam AULAS INTERIORES das pessoambientes daqueles tempespaços, visitariam o mundo inteiro, em todas as posições do fazer humano, desde o mais alto, presidente ou rei, até o de varredor de rua, e em todos e cada um a soma zero seria 50/50, lado bom e lado ruim zerando-se. A gente toda veria que as vidas trazem problemas que devem ser solucionados.
                            Vitória, domingo, 08 de dezembro de 2002.

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