Dominante
No
deplorável filme Vírus, com a admirável Jamie Lee Curtis, uma “energia” galáctica
qualquer, ao chegar a uma estação russa no espaço usa a antena dela para emitir
e ser recebida por um navio, onde começa a usar seres humanos e peças do navio
para conceber ciborgues bem malvados. Tudo muito incoerente, porque como ela
fabricaria as peças? Apenas vai tomando as que já existem e compõe seus
horrendos produtos. Ora, em tese se trata de uma avançadíssima consciência. Por
quê iria construir seres aleijados, disformes, e não belas formas? Por quê
teria que ser, logo de cara, má?
Penso
que o filme piloto de uma série poderia ser outro: um pequeno objeto é enviado,
pousa, começa a construção de fábricas sucessivas com os materiais do terreno,
enviando uma sonda para escavar os minérios. Ou vai até uma fábrica desocupada,
obsoleta, caindo aos pedaços, para aproveitar os metais já minerados e
tratados. Aí se instala de começa a expansão, construindo-se como uma fábrica
cada vez maior, que os seres humanos admirarão, se extasiando com ela,
procurando estudá-la, pesquisando-a constantemente.
Então,
já bastante grande, robôs e computadores vão sendo feitos aos borbotões,
crescendo em volta da fábrica primitiva. Começa o diálogo. Ela nos passa seu Dicionárienciclopédico
Planetário e nós a ela o nosso, ou o que for, toda nossa literatura, todas
as tecnartes, todo o Conhecimento. Começa a Inter fertilização. O que era no
começo bom desvia-se para os choques e os conflitos, como sempre ocorre depois
do primeiro contato. Os seres humanos descobrem milhões de produtos novos, a
sócioeconomia humana dá saltos formidáveis. Veja só que oportunidade de
construção de enredo, em milhares de capítulos muito densos e sutis.
Lá
pelas tantas, só muito mais tarde, começa a guerra, que prossegue por décadas
(com avanços e retrocessos nas cenas, flashbacks, relâmpagos do passado, e notas
do futuro). Enquanto isso a Fábrica vai montando réplicas do objeto original
que chegou à Terra, os seres humanos impotentes para impedir que haja
propagação até outros planetas racionais.
Vitória,
sexta-feira, 06 e dezembro de 2002.
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