quinta-feira, 19 de janeiro de 2017


Dinheiro Defeituoso

 

                            Certo dia comecei a pensar no dinheiro que a gente paga por artigos como a contraparte da mercadoria que o outro lado estaria pagando pelo nosso dinheiro. Dei-me conta de que:

1.       O dinheiro não tem tempo de garantia, após o qual possa começar a apresentar problemas;

2.      Ele não “dá defeito”: não quebra, não deixa de produzir seus efeitos, não diminui de tamanho, não desbota, não solta pedaços;

3.      Ele não pára subitamente de funcionar, não queima circuitos, não ronca, não pula, não troveja.

Enfim, o dinheiro que pagamos pelas mercadorias continua sendo o mesmo para sempre, sem qualquer tempo especificado de garantia. Pelo contrário, os produtos que recebemos por ele apresenta tantos problemas que é difícil ou até mesmo impossível obter uma lista completa. Suponhamos que pedíssemos a você para listar o que aconteceu com os objetos que já tenha pagado – você provavelmente se veria em apuros, deveria ficar sentado horas e mesmo assim não conseguiria a lista completa.

Para obter reparação a gente deve ir ao PROCON (Proteção ao Consumidor), que surgiu no Brasil faz pouco tempo, e cuja defesa primordial vem de Ralph Nader, o agora senador americano. Não é um par polar oposto/complementar em que há benefício demais de um lado e quase nenhum do outro?

Parece-me que sim e que isso deve mudar muito mais ainda para assemelhar-se a um equilíbrio ainda imperfeito.

Vitória, domingo, 29 de dezembro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário