Dinheiro Defeituoso
Certo dia comecei a
pensar no dinheiro que a gente paga por artigos como a contraparte da
mercadoria que o outro lado estaria pagando pelo nosso dinheiro. Dei-me conta
de que:
1. O dinheiro não tem tempo de garantia,
após o qual possa começar a apresentar problemas;
2. Ele não “dá defeito”: não quebra, não
deixa de produzir seus efeitos, não diminui de tamanho, não desbota, não solta
pedaços;
3. Ele não pára subitamente de funcionar,
não queima circuitos, não ronca, não pula, não troveja.
Enfim, o dinheiro que pagamos pelas
mercadorias continua sendo o mesmo para sempre, sem qualquer tempo especificado
de garantia. Pelo contrário, os produtos que recebemos por ele apresenta tantos
problemas que é difícil ou até mesmo impossível obter uma lista completa.
Suponhamos que pedíssemos a você para listar o que aconteceu com os objetos que
já tenha pagado – você provavelmente se veria em apuros, deveria ficar sentado
horas e mesmo assim não conseguiria a lista completa.
Para obter reparação a gente deve ir
ao PROCON (Proteção ao Consumidor), que surgiu no Brasil faz pouco tempo, e
cuja defesa primordial vem de Ralph Nader, o agora senador americano. Não é um
par polar oposto/complementar em que há benefício demais de um lado e quase
nenhum do outro?
Parece-me que sim e que isso deve
mudar muito mais ainda para assemelhar-se a um equilíbrio ainda imperfeito.
Vitória, domingo, 29 de dezembro de
2002.
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