Como Ouvir a Música?
Há um lado que é a
melodia e outro que é letra, som e poesia, uma soma 50/50, um par
oposto/complementar, a que poderíamos dar valores de um a cem, 1 a 100, desde o
mais imperfeito até o mais perfeito. A Música geral tende a ser apreciada em
sete níveis; povo, lideranças, profissionais, pesquisadores, estadistas, santos
e sábios e iluminados, postas as diferenças. Os pesquisadores, mestres,
doutores e pós-doutores em Música ainda estariam abaixo dos criadores,
intuitivos que fossem estes. E há santos e sábios da música, como Dorival
Caymmi e outros.
Não sei se um ser
humano pode chegar a 100, ter o ouvido apuradíssimo, como seria percebido por
um programáquina para tal preparado. Nem abranger as métricas, as mais eficazes
e felizes combinações de palavras – a que nível podemos chegar, depois de muito
treinamento.
De modo que poderíamos ir de 1 x 1 = 1 a 100 x
100 = 10.000, em termos de extrema perfeição.
Fora isso, há a
correspondência socioeconômica da Música geral, seu acoplamento ao espaçotempo
do agoraqui, em cada fase, por exemplo, nos anos 1960. Nas várias modalidades
da Música, em todos os ritmos, O QUÊ ela está dizendo? Isso abre a Psicologia
da Música (figuras ou psicanálises da Música, objetivos ou psico-sínteses da
Música, produções ou economias da Música, organizações ou sociologias da Música
e espaçotempos ou geo-histórias da Música). Quão adequada é ela ao seu contexto
geo-histórico? Fazendo as perguntas dos jornalistas: Quem? Por quê? Com quê?
Como? E quandonde? - respectivamente com acima.
De que modo as
músicas (melodias e letras) refletem as preocupações de seu tempo de
surgimento? Quanta preocupação socioeconômica há nela? Certa música pode estar
mais perto da perfeição melódica e poética e, no entanto, ser completamente
alienada das preocupações socioeconômicas. Então, eu presto atenção nisso,
embora não tenha qualificação para avaliar a melodia e a letra.
Vitória,
quinta-feira, 19 de dezembro de 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário