quinta-feira, 12 de janeiro de 2017


Células Dialógicas


 

                            É claro que a humanidade trava um diálogo com o universo. Pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) conversam com o cosmos. Esse processobjeto dialógico (lógico-dialético) faz-se tanto por meio de palavras quanto por meio de gestos, de conteúdos como de figuras. Tudo é constitutivo da alma humana, de nossa racionalidade, de nossa humanidade, de nossa psicologia.

                            Num outro nível podemos ver que o carro é um supersistema, o motor é um sistema e as peças dele são subsistemas lógico-dialéticos, tanto relacionais enquanto programas interativos quanto lógicos, como as formas que medeiam ou transferem a função.

                            Assim sendo, tais CÉLULAS DIALÓGICAS são as frases materiais de nossa conversa universal, que sustentam coletivamente nosso existir produtivo. Como os seres, pela língua, entendem o que está sendo posto, fora haver bloqueio tudo estaria mais ou menos no mesmo nível, ao passo que vemos não ser assim, há desníveis tecnocientíficos e de Conhecimento. A essas CD formais ou reais podemos contrapor outras, virtuais ou estruturais, que são aquelas do fechamento ao nível de tais pessoas ou ambientes descritos. Pois há uma nítida separação, digamos motivada pelo capitalismo de terceira onda. Esperaríamos que num sistema perfeito de transferência houvesse comunicação perfeita também. Se vemos que essa comunicação é deficiente isso deve resultar do fato de que a políticadministração não deixa passar livremente o Conhecimento. O resultado é que os motores não são sempre os melhores, com conseqüente perda de rendimento humano. Ou seja, os diálogos com o universo não são igualmente produtivos em qualquer espaçotempo humano.

                            Bom, para dizer algo assim eu não precisaria dar tantas voltas, bastaria apontar as separações nacionais e outras, e o fato de que as empresas, por exemplo, são ciosas de seus privilégios ou diferenças socioeconômicas. Quase todos os conjuntos humanos são.

                            Mas aqui, falando de células, quero levar o paralelo biológico/p.2 adiante como transiente até o nível psicológico/p.3 e informacional/p.4. De que são constituídas essas PAREDES CELULARES DIALÓGICAS? Como é politicadministrado o travamento da livre circulação do IC? Que chaves bloqueiam ou impedem a passagem de IC para dentro e para fora? Evidentemente só de pensar um pouco nós podemos identificar que pessoas guardam segredo (até altos segredos, top secrets) ou apenas não mencionam, com medo da concorrência, ou de qualquer modo vedam a transferência, o que eu detestava desde quando comecei a pensar isso com 18 anos.

                            Como você sabe, quando focamos um pensamento ele se torna muito produtivo, tremendamente mais do que quando mirávamos a questão de passagem, junto com dezenas e até centenas de outras. Agoraqui estou colocando-a sob a lente da investigação: como são construídas essas barreiras celulares, lingüísticas e outras, que protegem o Conhecimento geral do aproveitamento pelo meio? Isto é, como impedir (e facilitar) o trânsito da mensagem através do meio? Como lhe dar maior permissividade? Sabendo como acelerar a passagem de alguns poderemos diminuir a resistividade dos meios todos. Se soubermos como aqueles impedem, saberemos como prevenir os obstáculos. Comparando os elementos de vários entraves saberemos como contornar, extraindo do coletivo o que lhes é comum, a chave.

                           Vitória, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002.

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