Células
Dialógicas
É
claro que a humanidade trava um diálogo com o universo. Pessoas (indivíduos,
famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e
mundo) conversam com o cosmos. Esse processobjeto dialógico (lógico-dialético)
faz-se tanto por meio de palavras quanto por meio de gestos, de conteúdos como
de figuras. Tudo é constitutivo da alma humana, de nossa racionalidade, de
nossa humanidade, de nossa psicologia.
Num
outro nível podemos ver que o carro é um supersistema, o motor é um sistema e
as peças dele são subsistemas lógico-dialéticos, tanto relacionais enquanto
programas interativos quanto lógicos, como as formas que medeiam ou transferem
a função.
Assim
sendo, tais CÉLULAS DIALÓGICAS são as frases materiais de nossa conversa
universal, que sustentam coletivamente nosso existir produtivo. Como os seres,
pela língua, entendem o que está sendo posto, fora haver bloqueio tudo estaria
mais ou menos no mesmo nível, ao passo que vemos não ser assim, há desníveis
tecnocientíficos e de Conhecimento. A essas CD formais ou reais podemos
contrapor outras, virtuais ou estruturais, que são aquelas do fechamento ao
nível de tais pessoas ou ambientes descritos. Pois há uma nítida separação,
digamos motivada pelo capitalismo de terceira onda. Esperaríamos que num
sistema perfeito de transferência houvesse comunicação perfeita também. Se
vemos que essa comunicação é deficiente isso deve resultar do fato de que a
políticadministração não deixa passar livremente o Conhecimento. O resultado é
que os motores não são sempre os melhores, com conseqüente perda de rendimento
humano. Ou seja, os diálogos com o universo não são igualmente produtivos em
qualquer espaçotempo humano.
Bom,
para dizer algo assim eu não precisaria dar tantas voltas, bastaria apontar as
separações nacionais e outras, e o fato de que as empresas, por exemplo, são
ciosas de seus privilégios ou diferenças socioeconômicas. Quase todos os
conjuntos humanos são.
Mas
aqui, falando de células, quero levar o paralelo biológico/p.2 adiante como
transiente até o nível psicológico/p.3 e informacional/p.4. De que são
constituídas essas PAREDES CELULARES DIALÓGICAS? Como é politicadministrado o
travamento da livre circulação do IC? Que chaves bloqueiam ou impedem a
passagem de IC para dentro e para fora? Evidentemente só de pensar um pouco nós
podemos identificar que pessoas guardam segredo (até altos segredos, top
secrets) ou apenas não mencionam, com medo da concorrência, ou de qualquer modo
vedam a transferência, o que eu detestava desde quando comecei a pensar isso
com 18 anos.
Como
você sabe, quando focamos um pensamento ele se torna muito produtivo,
tremendamente mais do que quando mirávamos a questão de passagem, junto com
dezenas e até centenas de outras. Agoraqui estou colocando-a sob a lente da
investigação: como são construídas essas barreiras celulares, lingüísticas e
outras, que protegem o Conhecimento geral do aproveitamento pelo meio? Isto é,
como impedir (e facilitar) o trânsito da mensagem através do meio? Como lhe dar
maior permissividade? Sabendo como acelerar a passagem de alguns poderemos
diminuir a resistividade dos meios todos. Se soubermos como aqueles impedem,
saberemos como prevenir os obstáculos. Comparando os elementos de vários
entraves saberemos como contornar, extraindo do coletivo o que lhes é comum, a
chave.
Vitória,
segunda-feira, 09 de dezembro de 2002.
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