quinta-feira, 12 de janeiro de 2017


Casa Mídia


 

                            Há revistas que tratam da casa e do jardim, outras de decoração, da cozinha, há todo tipo de revistas. Há livros dedicados a este e aquele tema. Na TV vários são os programas, a mídia toda se interessa, de um jeito ou de outro, com visões variadas e desencontradas, não-focadas, sem um método ou modelo que lhes dê sustentação lógica e dialética.

                           Pelo contrário, proponho que toda a Mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) aja de modo concertado, administrado e governado por parceria governempresarial, com investimentos superpesados, de modo a resolver mesmo definitivamente em algumas décadas os problemas derivados da presença de uma visão fragmentada e arcaica.

                            TV Casa, Revista Residência, Rádio Lar, Jornal Moradia, Livro do Morar, Internet da Habitação, o que for. Ligado a isso um Centro Universal (por enquanto Nacional, ou Estadual, ou Municipal/Urbano) de Pesquisas & Desenvolvimentos Teóricos & Práticos da Casa.  

                            Fazer uma devassa mesmo, aplicando as (até agora listadas 22) tecnartes, por um novo Bauhaus, reconfiguração geral, TODOS OS DIAS DO ANO investigando as casas nos quatro mundos (primeiro a quarto, cerca de 220 nações, grupos de perto de 55), das classes do TER (ricos, médios-altos, pobres e miseráveis), das classes do labor (operários, intelectuais, financistas e militares, além de burocratas), das classes econômicas (agropecuaristas/extrativistas, industriais, comerciais e de serviços, e bancários), de montanha ou de vale, de praia ou de interior, de campo ou de cidade, de centro ou de periferia, em lugares frios ou quentes, de materiais frágeis ou duradouros, em áreas firmes ou de terremotos.

                            Enfim, há material para décadas de investigação, especialmente se forem usados os recursos de modelação por computador para mostrar vistas explodidas das construções, os alvarás da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros, o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), as redes de água e de esgoto, a proteção contra animais invasores e competidores por alimentos (ratos, baratas), a preparação de quintais, a compra de materiais de construção, a realização de contratos de compra, o registro dos imóveis, quanto reservar do orçamento doméstico, como decorar, que árvores plantar no quintal, um milhão de perguntas e respostas.

                            Um CENTRO DE ATENDIMENTO AO LAR com endereços real e virtual, com secretarias e departamentos, com centenas de atendentes. Uma UNIVERSIDADE PLENA DO LAR ensinando a Escolas do Lar espalhadas, um movimento imperecível (porque, meramente, as pessoas sempre precisarão morar) para olhar o 1,5 bilhão de residências humanas atuais, e as do passado e as do futuro.

                            Em resumo, como é que ninguém pensou algo assim antes?

                            Às vezes fico espantadíssimo com o nosso desleixo.
                            Vitória, sábado, 07 de dezembro de 2002.

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