quarta-feira, 11 de janeiro de 2017


Campeo-mato

 

                            Em geral o que a gente vê são campeonatos de times das cidades, nunca ou quase nunca (pelo menos eu não tenho notícia, não grudou na minha memória) do campo ou roça. Os distritos ficam de fora, em especial enquanto organização, quando a mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) poderiam ser usados para favorecer a aproximação dos distritos e sua manutenção enquanto tais, sem que houvesse essa tendência constante de transformação em municípios. O ES, por exemplo, já somou uns 20 municípios aos menos de 60 que tinha há 20 anos e agora outros 10 pretendem fazer a passagem.

                            Durante muito tempo foi ordem geral tirar os privilégios do campo, de modo a forçar o aumento do chamado êxodo rural, a vinda maciça de gente do campo para servir como exército industrial de reserva que baixasse os salários. Agora a coisa começa a mudar de figura e ninguém em sã consciência adotaria uma postura assim, exceto os socioeconomicamente doentes e de mentalidade atrasada.

                            Daí a sugestão de organizar campeonatos no mato, na roça, no campo, com a mídia dando todo apoio possível e os governempresas locando ônibus para levar gente da cidade ao campo ver as partidas. Uma parte da gente das cidades deve voltar ao campo, até que haja o equilíbrio 50/50, uma repartição eqüitativa (mas não forçada), natural, de habitantes do campo e das cidades. Essa superlotação que está se desenhando no Brasil é malsã, de 80 ou 90 % contra 20 ou 10 %, e deve ser revertida para algo mais manso e sadio.

                            Eis então a necessidade de torneios, de prêmios, de festas, de ampla divulgação, de camisas, de calções, de chuteiras.

                            Vitória, sexta-feira, 06 de dezembro de 2002.

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