Campeo-mato
Em
geral o que a gente vê são campeonatos de times das cidades, nunca ou quase
nunca (pelo menos eu não tenho notícia, não grudou na minha memória) do campo
ou roça. Os distritos ficam de fora, em especial enquanto organização, quando a
mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) poderiam ser usados para
favorecer a aproximação dos distritos e sua manutenção enquanto tais, sem que
houvesse essa tendência constante de transformação em municípios. O ES, por
exemplo, já somou uns 20 municípios aos menos de 60 que tinha há 20 anos e
agora outros 10 pretendem fazer a passagem.
Durante
muito tempo foi ordem geral tirar os privilégios do campo, de modo a forçar o
aumento do chamado êxodo rural, a vinda maciça de gente do campo para servir como
exército industrial de reserva que baixasse os salários. Agora a coisa começa a
mudar de figura e ninguém em sã consciência adotaria uma postura assim, exceto
os socioeconomicamente doentes e de mentalidade atrasada.
Daí
a sugestão de organizar campeonatos no mato, na roça, no campo, com a mídia
dando todo apoio possível e os governempresas locando ônibus para levar gente
da cidade ao campo ver as partidas. Uma parte da gente das cidades deve voltar
ao campo, até que haja o equilíbrio 50/50, uma repartição eqüitativa (mas não
forçada), natural, de habitantes do campo e das cidades. Essa superlotação que
está se desenhando no Brasil é malsã, de 80 ou 90 % contra 20 ou 10 %, e deve
ser revertida para algo mais manso e sadio.
Eis
então a necessidade de torneios, de prêmios, de festas, de ampla divulgação, de
camisas, de calções, de chuteiras.
Vitória,
sexta-feira, 06 de dezembro de 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário