segunda-feira, 9 de janeiro de 2017


Bolsas de Estudos

 

                            As bolsas de estudos são concedidas por governos, empresas, instituições municipais/urbanas, estaduais, nacionais e mundiais. Não é fácil obtê-las, é preciso preencher uma papelada tremenda, prestar contas detidamente, até os centavos, produzir os textos do acordo (teses de mestrado, doutorado, pós-doutorado) ou objetos e o que mais for.

                            De repente me dei conta de que as famílias concedem bolsas de estudo (casa, comida e roupa lavada, além de tutela de pais e mães desde o ano zero de vida até bem tarde, término da faculdade, digamos até os 23 anos, pelo menos), que podem custar, pelos estudos americanos, 100 mil dólares a formação do primeiro ano do primeiro grau até o término da faculdade ou colegial, segundo grau, não sei bem. Em todo caso é um valor bem alto e mesmo no Brasil, em condições bem mais modestas, o seria.

                            É claro que pais e mães não falam disso nem filhos e filhas agradecem, nem haveria porque, é COISA DE FAMÍLIA. Tem-se como certo, ninguém fala disso, ninguém questiona, é o amor operando. É e deve ser assim mesmo, é uma das cosias boas da vida essa intimidade, essa identificação. E como cada família gosta dos seus e todos são diferentes e até não-significativos para os demais, veja que todos são, no fundo, gostáveis, porque cada grupo gosta de sua fração.

                            Diz-se que a família é a CÉLULA MATER, a célula-mãe, a célula modeladora, e deve ser verdade, pois quem criaria uma pessoa por 25 anos para entregá-la à coletividade? As empresas fazem isso? Não, elas querem retribuição acima do que dão (portanto, na realidade tiram), bem como as instituições, todos querem tirar, só a família dá. E isso é que é interessante.

                            Só por isso a Família (em maiúsculas conjunto ou grupo ou família de famílias) geral deveria ser estudada mais demoradamente, no detalhe mesmo, nos átomos de sua constituição psicológica.

                            Vitória, terça-feira, 03 de dezembro de 2002.

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