sábado, 14 de janeiro de 2017


Atendi/mente

 

                            Coloquei assim para chamar atenção à MENTE, à alma humana, ao lado psicológico, racional.

                            Como já disse noutro texto (veja o Livro 14, Hospitais e Psicologia), quem está sendo atendido é sempre a pessoa (indivíduo, família, grupo e empresa) ou os ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) por meio da representatividade delas.

                            Imagine uma tela branca separando o atendente do atendido. Nessa tela estaria, pelo lado de fora, do atendido, projetada a personalidade do atendente, e vice-versa, pelo lado de dentro a do atendido, de modo que um e outro poderiam raciocinar sobre e sentir o outro em toda a sua plenitude. Ainda dependeriam de seu próprio ESTADO DE SER geral e particular, naquele pontinstante, para agir e re-agir sobre o outro.

                            Haveria interação do lado de dentro com os colegas de serviço e do lado de fora com os outros da fila ou de outras filas, os presentes, de qualquer modo. Seria difícil, MESMO SUPONDO QUE CONHECÉSSEMOS PERFEITAMENTE O OUTRO, agir com leveza de A para B e de B para A. E de fato não conhecemos, nem de longe.

                            Ora, acontece que as pessoas que estão atendendo o público sequer são treinadas, não por psicólogos espertíssimos, mas simplesmente por gerentes que as acautelem quanto a bom atendimento. Eu também não sou no meu serviço um atendente bom, sou apenas razoável, por mais que pretenda bem-servir.

                            Agora, pense que por trás de cada indivíduo estendem-se a ÁRVORE PESSOAL e a ÁRVORE AMBIENTAL, tanto as pessoas maiores a que está ligado aquele lá quanto os ambientes onde vive. E há uma REDE DE COMPROMISSOS PSICOLÓGICOS, em particular socioeconômicos. Há uma ÁRVORE GEO-HISTÓRICA de desenvolvimento da consciência e dos sentimentos. Nós não estudamos nada disso, não há programa na mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) sobre atendimento ao público. Não há universidades, institutos de pesquisa, grupos ad hoc mirando isso. Não há compromisso dos governempresas em favor do bom ou (seria esperar demais) do excelente atendimento. Estamos mesmo à Bangu, largados, abandonados.

                            Vitória, terça-feira, 10 de dezembro de 2002.

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