Atendi/mente
Coloquei
assim para chamar atenção à MENTE, à alma humana, ao lado psicológico,
racional.
Como
já disse noutro texto (veja o Livro 14, Hospitais e Psicologia), quem
está sendo atendido é sempre a pessoa (indivíduo, família, grupo e empresa) ou
os ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) por meio da
representatividade delas.
Imagine
uma tela branca separando o atendente do atendido. Nessa tela estaria, pelo
lado de fora, do atendido, projetada a personalidade do atendente, e
vice-versa, pelo lado de dentro a do atendido, de modo que um e outro poderiam
raciocinar sobre e sentir o outro em toda a sua plenitude. Ainda dependeriam de
seu próprio ESTADO DE SER geral e particular, naquele pontinstante, para agir e
re-agir sobre o outro.
Haveria
interação do lado de dentro com os colegas de serviço e do lado de fora com os
outros da fila ou de outras filas, os presentes, de qualquer modo. Seria
difícil, MESMO SUPONDO QUE CONHECÉSSEMOS PERFEITAMENTE O OUTRO, agir com leveza
de A para B e de B para A. E de fato não conhecemos, nem de longe.
Ora,
acontece que as pessoas que estão atendendo o público sequer são treinadas, não
por psicólogos espertíssimos, mas simplesmente por gerentes que as acautelem
quanto a bom atendimento. Eu também não sou no meu serviço um atendente bom,
sou apenas razoável, por mais que pretenda bem-servir.
Agora,
pense que por trás de cada indivíduo estendem-se a ÁRVORE PESSOAL e a ÁRVORE
AMBIENTAL, tanto as pessoas maiores a que está ligado aquele lá quanto os
ambientes onde vive. E há uma REDE DE COMPROMISSOS PSICOLÓGICOS, em particular
socioeconômicos. Há uma ÁRVORE GEO-HISTÓRICA de desenvolvimento da consciência
e dos sentimentos. Nós não estudamos nada disso, não há programa na mídia (TV,
Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) sobre atendimento ao público. Não há
universidades, institutos de pesquisa, grupos ad hoc mirando isso. Não há
compromisso dos governempresas em favor do bom ou (seria esperar demais) do
excelente atendimento. Estamos mesmo à Bangu, largados, abandonados.
Vitória,
terça-feira, 10 de dezembro de 2002.
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