segunda-feira, 9 de janeiro de 2017


Arte de Fusão

 

                            Tomando este como segundo texto em relação a Fusão de Tecnartes, neste Livro 14, podemos pensar o que seria TAPEÇARIA + FOTOGRAFIA, a primeira como dominante: anteriormente um retrato de pessoa podia na confecção de tapetes ser apenas algo tosco, mas agora, com os avanços tecnocientíficos (fios finíssimos e programáquinas trançadores complexos e poderosos), é possível fazer quadros com qualquer tipo de definição, quase, com quase tantos pixels ou pontos quanto se queira.

                            E DESENHO + CINEMA nos dá essa formidável computação gráfica que está fazendo maravilhas. ESCULTURAÇÃO + DESENHO pode nos dar salas com finíssimos acabamentos nos detalhes, todas as peças complexamente encadeadas em níveis e subníveis, de modo que o futuro não será o que esperavam mesmo, será MUITO MAIS complexo e belo. Como vimos que podem ser feitos 9.240 arranjos três a três, quatro a quatro teremos 175.560 e cinco a cinco 3.160.080, o que é trabalho para gente demais.

                            Aqui a pergunta se torna: como a Fotografia (em maiúsculas conjunto ou grupo ou família de fotografias) geral pode usar as outras 21 tecnartes como segunda, terceira, quarta, quinta e demais níveis de dominância? Como ela pode usar a dança para re-presentar-se ou a arquiengenharia ou as demais? Como a Fotografia pode tornar-se central? E isso pode ser perguntado para as demais T/A. Longe está ela de ter dado o máximo de si. A exploração das T/A não terminou, pelo contrário, mal está começando. As Bebidas tiraram das T/A tudo que podiam? Evidentemente, não.

                            Cada um dos T/A deve sentar-se e perguntar: as demais T/A nos deram tudo que podiam? Já fizemos todos os casamentos possíveis? Assim, os T/A explorarão SISTEMATICAMENTE, metodicamente, ordenadamente todos os aspectos das outras. Irão às aulas, passarão a vida toda estudando e não apenas alguns anos. Já não será possível formar-se senão em graus: FOTOGRAFIA + DANÇA + TEATRO + ARQUIENGENHARIA, etc., sem arranjos, porque agoraqui é mera soma de talentos. Então teremos T/A (i), isto é, formados em “i” modos, digamos T/A (7), em sete tecnartes - pobres dos T/A (1) ou T/A (2). Eventualmente alguém, vivendo muito, poderá ser um T/A (22), sei lá. Mesmo assim haverá graus, por exemplo, T/A (2) do quinto nível, T/A (2) 5º, o que amplia ainda mais as possibilidades de diálogo, introspecção e extroversão. Universidades de tecnartes surgirão, com inumeráveis faculdades cruzadas, formando gente de cada vez maior poder expressivo, para nossa felicidade. Sendo assim, estamos de fato no mais simples dos mundos futuros, com os quais nem há comparação possível. Na verdade, visto assim, tudo de agora é mero treinamento.

                            Penso no quê esses pesquisadores & desenvolvedores teóricos e práticos das tecnartes do futuro poderão fazer ao debruçar-se sobre o mundo, as nações, os estados e os municípios/cidades, entre os ambientes, e as empresas, os grupos, as famílias e os indivíduos, entre as pessoas. Pense na grandeza dos trabalhos e das obras. Não coisas que se faça em alguns dias, um indivíduo operador só, mas durante anos até centenas e milhares de pessoas, com texturas assombrosas, com palimpsestos (níveis dentro de níveis, camadas dentro de camadas), com filigranas espantosamente finos. Fico emocionado, só chateado porque não haverá tempo de ver tudo.

                            Vitória, domingo, 01 de dezembro de 2002.

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