Apresentação de Cenários
Já
falei de termos um programáquina que sobre os cenários filmados faça abstração
em vários níveis de contraste e disse também outras coisas no modelo, nas
posteridades, nas listas de patentes e idéias.
Agoraqui
quero destacar que a apresentação deveria ser DUPLA, isto é, tanto VIRTUAL
quanto REAL. A real seria secundada por indicações de detalhes, remetendo como
nos hiperlinks a outros tratamentos que podem ser conduzidos pelo controle
remoto. Vistas explodidas mostrariam as partes separadas e como se encaixam
para formar o todo. Conforme o texto Métrica de Cenários, deste Livro
14, deveríamos ter inserção de duas escalas, as mais em voga, bem como mostrar
outros objetos, para efeito de comparação. Numa construção deveríamos mostrar
os encanamentos, os conduítes, tanto as partes INTERNAS quanto as EXTERNAS,
revelando a participação das (até agora 22 citadas) tecnartes do corpo. E assim
por diante. E é um cenário de que parte da pontescada? Veja o pedido do artigo Monumentos
da Pontescada, também neste Livro 14.
Os
cenários até hoje vistos não permitem muita variação, eles são estáticos,
não-dinâmicos, não-cruzados, não permitem investigação nem aprofundamento, continuam
como antes da Internet e dos DVD e CR-ROM não-biunívocos, não-interativos.
APRISIONAM nossas mentes, que devem seguir as trilhas dos produtores e
diretores da construção do cenário, da vista, quer dizer, OBEDECER
AUTOMATICAMENTE O PONTO DE VISTO DO CONFECCIONADOR. Os cenários poderiam desde
faz algum tempo serem ricos, muito mais produtivos e reprodutivos que antes.
Poderiam EMANAR consideravelmente mais.
Na verdade,
dentro de um filme poderiam existir vários. Que tal se um mesmo filme (não
poderá ser sempre assim, porque custaria proibitivamente caro) fosse feito por
cinco ou oito diretores diferentes, explorando diferentes lados da estória ou
roteiro ou script? Um mesmo filme feito em oito DVD, com oito enredos diferentes
abordando a mesma psicologia? Por quê não? A humanidade não tem maturidade e
sensibilidade e refinação para tal? Como as coisas humanas são paradas, Deus do
Céu! Vamos multiplicar isso aí, gente!
Um
documentário poderia mostrar o universo, o superaglomerado, o aglomerado, a
galáxia, a constelação, o sistema solar, a Terra vista de fora, o continente
(América do Sul), o país (Brasil), o estado (Espírito Santo), o município
(Cachoeiro de Itapemirim) e finalmente o distrito, Burarama, como já sugeri
fazer, e então as montanhas do lugar. Poderia mostrar a altura em relação ao
mar, a posição em relação às cidades e vilas próximas, a altura das casas mais
afastadas em relação ao centro do Patrimônio, como o vilarejo é chamado – tanta
coisa. Como são feitos são tremendamente aborrecidos, não emocionam mesmo.
A
humanidade tem a dádiva de ter um universo inteiro criado (mesmo que não seja
apenas para ela) e não se dá conta de sua riqueza. Trata tudo com tanta
desconsideração que é mesmo de espantar. Ao mostrar uma sala não foca no
aparelho de som, desdobrando-o em seus componentes. Nunca diverge, nunca faz
nada de muito diferente, de inesperado, fora alguns filmes que destoam um pouco
e são porisso mesmo motivo de satisfação maior, como o Corra, Lola, Corra.
Fora alguns é sempre aquela mesmice de arrasar.
As
partes do cenário não recebem atenção especial.
Um
documentário segue sempre a mesma trilha, a do diretor, quando poderiam estar
sendo contadas várias estórias que se entrecruzassem, porque os documentários,
diferentemente dos filmes comerciais, não têm tempo para acabar.
Em
resumo: que novo olhar podemos lançar sobre os cenários? Como podemos
des-construí-los de sua pequenez passada para sua grandeza futura? Não é uma
pergunta que se responda em cinco anos.
Vitória,
sábado, 30 de novembro de 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário