Absurdo e Verdade
Em
seu livro Dialética (Teoria Práxis), São Paulo, Globo, 1983, Gerd A.
Bornheim diz, página 154: “Vimos que, do ponto
de vista histórico, a dialética metafísica não só se justifica como foi
necessária. Assim também, a dialética pode ser a arte do diálogo, ou a lei do
real, ou de certos setores do real. Talvez a dialética seja ainda outras
coisas. Mas não é essa a perspectiva de consideração que nos interessa aqui; se
o fosse, teríamos de nos esforçar por atingir uma espécie de conciliação de
todas as possíveis determinações – o que parece uma empresa mais ou menos
absurda”, colorido meu.
O
modelo mostra que a dialética pode fazer parte da pontescada magicartística,
daí ser uma arte, como faz parte da pontescada tecnocientífica, daí sendo uma
técnica. Ela não é uma lei, pois a Matemática é que é o centro de tudo,
englobando a lógica-dialética, a dialógica.
Tomando
os pares polares opostos/complementares cada par se resolve num terceiro, tese
e antítese se resolvendo em síntese, como é posto desde o começo, e depois indo
até um quarto, a anti-síntese, que é a antítese da síntese. Formam TRÍADES
sucessivas, conjuntos de três que devem formar uma geodésica “infinita” (cujo
raio seria a capacidade resolutiva do racional, sua aptidão lingüística para
evoluir), a ESFERA de TRÍADES.
Se
segue que a conciliação de todas as determinações que Bornheim parece temer é
não somente necessária como fundamental, é a solução necessária e suficiente.
Ela é a própria esfera, que tendo raios diametrais que se opõe pelo centro têm
nesse centro sua solução inesgotável, PORQUE a esfera tem infinitos diâmetros
ou possibilidades. Entrementes, essas possibilidades não se tornam devido as
suas oposições inconciliáveis, exatamente porque seu projeto é aquele, de pela
oposição possibilitarem a esfera.
Aliás,
na Rede Cognata absurdo = CENTRO, o que é bem coerente = CENTRO = GOVERNANTE =
ADMINISTRADOR = GERENTE e outras traduções, vá ver. Notavelmente o absurdo não
só é verdadeiro como é a única condição de suporte de tudo.
Vitória,
segunda-feira, 09 de dezembro de 2002.
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