quarta-feira, 11 de janeiro de 2017


Absurdo e Verdade

 

                            Em seu livro Dialética (Teoria Práxis), São Paulo, Globo, 1983, Gerd A. Bornheim diz, página 154: “Vimos que, do ponto de vista histórico, a dialética metafísica não só se justifica como foi necessária. Assim também, a dialética pode ser a arte do diálogo, ou a lei do real, ou de certos setores do real. Talvez a dialética seja ainda outras coisas. Mas não é essa a perspectiva de consideração que nos interessa aqui; se o fosse, teríamos de nos esforçar por atingir uma espécie de conciliação de todas as possíveis determinações – o que parece uma empresa mais ou menos absurda”, colorido meu.

                            O modelo mostra que a dialética pode fazer parte da pontescada magicartística, daí ser uma arte, como faz parte da pontescada tecnocientífica, daí sendo uma técnica. Ela não é uma lei, pois a Matemática é que é o centro de tudo, englobando a lógica-dialética, a dialógica.

                            Tomando os pares polares opostos/complementares cada par se resolve num terceiro, tese e antítese se resolvendo em síntese, como é posto desde o começo, e depois indo até um quarto, a anti-síntese, que é a antítese da síntese. Formam TRÍADES sucessivas, conjuntos de três que devem formar uma geodésica “infinita” (cujo raio seria a capacidade resolutiva do racional, sua aptidão lingüística para evoluir), a ESFERA de TRÍADES.

                            Se segue que a conciliação de todas as determinações que Bornheim parece temer é não somente necessária como fundamental, é a solução necessária e suficiente. Ela é a própria esfera, que tendo raios diametrais que se opõe pelo centro têm nesse centro sua solução inesgotável, PORQUE a esfera tem infinitos diâmetros ou possibilidades. Entrementes, essas possibilidades não se tornam devido as suas oposições inconciliáveis, exatamente porque seu projeto é aquele, de pela oposição possibilitarem a esfera.

                            Aliás, na Rede Cognata absurdo = CENTRO, o que é bem coerente = CENTRO = GOVERNANTE = ADMINISTRADOR = GERENTE e outras traduções, vá ver. Notavelmente o absurdo não só é verdadeiro como é a única condição de suporte de tudo.

                           Vitória, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002.             

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