A Experiência dos Robôs
Os
canais Discovery noticiaram uma experiência feita com pequenos robôs que
circulavam numa bandeja redonda de bordas altas, dentro das qual estavam
pequenos cilindros, que as maquininhas deveriam pegar e levar até outro cilindro
igual, depositando-o ao pé do mesmo. Com o tempo, da desordem geral apareceu a
ordem, o que provocou maravilhamento dos tecnocientistas.
É
que, desde o princípio, houve uma petição de princípio, porquanto a colocação
de um perto do outro, que era a ordem original, levaria a que, já dois juntos,
um fosse considerado aquele perto do qual o terceiro cilindro que estava sendo
transportado seria deixado. E assim sucessivamente, de três, até que todos
formassem uma coisa bem próxima de um círculo, um aglomerado qualquer PORQUE,
desde o início, o programa levava a isso.
Se,
pelo contrário, o programa dissesse que os cilindros fossem deixados em
qualquer lugar, e não perto de outro, e no fim se produzisse ordem, aí sim
ficaríamos admiradíssimos, até mesmo apavorados. Não foi isso que aconteceu
PORQUE, desde a saída, os autores do programa deram a ordem de COLOCAR JUNTO, o
que levava à conclusão.
Isso
nos diz como experiências mal-feitas em tecnociências podem conduzir a
conclusões bem-feitas, que eram as desejadas desde logo, à partida. Aqui
devemos pensar somente em como o cérebro trabalha para suprimir os laços
intermediários, construindo o final a partir do início por supressão das
seqüências que demonstrariam o erro da proposta. O que faz os seres humanos subtraírem
de si mesmos a dignidade? Essa é a pergunta apavorante.
Vitória, terça-feira, 05 de novembro de
2002.
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