segunda-feira, 16 de outubro de 2017


Vivendo no Escuro

 

                        Vimos neste Livro 128 em Dando Mais Tempo e depois em Presença Pontual e o Universo Opaco, que todos vivemos realmente na escuridão, embora sejamos benfazejamente enganados por nossos programáquinas cérebro-mentais, no sentido de as informações sobre o espaço chegarem defasadas de uma fração-luz qualquer.

                        De fato, num segundo sentido vivemos na escuridão.

                        Voltaire (francês, 1694-1778) perguntou se não seria melhor viver na ignorância como os tolos, ao que Aristóteles (grego, 384-322 a.C.) respondeu quase 2.100 anos antes que com o conhecimento podemos julgar em liberdade, sendo-se então tanto mais livre quanto mais se conhecer (como quem mais conhece é Deus, que mais é livre é Deus - como supostamente conhece tudo, tem total liberdade, enquanto os outros têm necessidades ou naturezas ou limitações em vários graus).

                        Podemos pensar que o povo, por menos conhecer, é mais-prisioneiro, vive mais em-escuridão. O povo vive duplamente em escuridão. A primeira é aquela física, das propriedades do desenho do universo que valem para todos, menos para Deus, que supostamente pode ver todo o tempo. A segunda (ou terceira) é esta outra, psicológica, dos desconhecimentos; DOS DESCONHECIMENTOS, sim, porque cada desconhecimento é um grau de escuridão. Quanto mais se desconhece mais profunda é a escuridão.

                        Podemos pensar que um iluminado como Buda é aquele a quem foi dada a iluminação, a luz que cancela a escuridão; é doação, vem de fora. Depois vem o santo/sábio, que aspira ver a luz; a seguir os estadistas, que pelo menos vêem a necessidade do Estado (mas não a do fim dele, pois são contrustivistas), mais além os pesquisadores, depois os profissionais, em seguida as lideranças e no fim da fila o povo. Aqui ainda poderíamos falar dos que não sabem e não fazem esforço nenhum para saber e dos que apesar de não saberem buscam uma saída da escuridão.

                        Vitória, julho de 2005.

Re-Partição Pública


 

                        Na Agência da Receita Estadual (ARE) de Vitória onde trabalho agora a moça que fica na parte da manhã, L, chega às oito, fica atoa até as 10, atende daí até as 13 e vai embora, para um regime que em geral aceita dos administrativos seis horas diárias (isso vem do ex-presidente Geisel - entrou em março/1974, saiu em março/1979 -, que adotou o sistema quando tomou posse depois da primeira crise do petróleo em 1973. A partir de 1976, salvo engano, os funcionários passaram a fazer 30 horas semanais e devem ter sido os precursores no mundo. Como o brasileiro é “jeitoso”, como todos dão nó até em pingo d’água, logo deram jeito de reduzir ainda mais.

                        No meu caso, pretendendo freqüentar o curso de matemática pedi para trabalhar de 12 às 20, mas foi negado, contra a constituição estadual. Não obstante, a administrativa R chega às 13:30 e atende até às 16:00 - quando fecham as portas que abriram às 10:00 – ou até o último residual ir embora, ficando depois até as 18. Há ainda N, outra oficial administrativa, que tem horário flexiível para ajudar essas duas.

                        Segundo contagem do colega W há na ARE 13 fiscais - custando cada um bastante dinheiro ao estado - quando somos no todo na ativa pouco mais de 400, no máximo 450; é que aqui colocam os de “castigo”, ou porque fazem corpo mole ou porque, como eu, discutem e brigam com as chefias. No setor de notas fiscais avulsas ficam três colegas: JMCO, EP e DL, que decidiram por conta própria dividir sua rotina de seis horas em três partes de duas cada das 10 às 12, das 12 às 14 e das 14 às 16 ou o que convir. Eu mesmo faço apenas seis horas, de 10 às 16, com horário de almoço de 10 minutos, porque foi o jeito que acharam de matar meu curso de matemática.

                        A agência toda tem mais de 30 pessoas em vários graus de desocupação, exceto a administrativa G, que trabalha muito e ganha pouco. Trabalhando de 8 às 20, com duas horas de almoço, estão apenas J e P, ela chefe de agência e ele supervisor, porque ganham três mil pontos a mais, com o valor do ponto a R$ 0,44 chegando por mês a mais 1.320,00, que com as vantagens característias de 70 % em 20 anos de serviço vão a 2.244,00 a mais, com a agregação montando até a morte a mais de um milhão de reais. São dedicados, dez horas diárias de serviço, mas são regiamente pagos.

                        As análises mostrariam as coisas mais extraordinárias no serviço público, causando tanto espanto que deixaria qualquer um chocado: como o Brasil vai mudar para ser primeiro mundo?

                        Vitória, terça-feira, 19 de julho de 2005.

Registrando o Subsolo dos Panelões


 

                        Que serão registrados já vimos neste Livro 128 em Lavrando os Panelões – mas quanto, até qual profundidade?

PROFUND/IDADE (depende do tempo - de quando caiu - quão fundo ou raso estará o centro)


 


                       

                       

 


 

 

 

 

 

 

 


Dependerá de muitos fatores, como já estudamos (massa, velocidade, ângulo de incidência, se a favor ou contra o movimento da Terra, tipo de terreno), a profundidade atingida. Uns, caindo em solo mole irão muito fundo; outros, tocando duríssimos substratos rochosos mal arranharão a superfície.

É claro que o registro do subsolo é de área, não é de volume, mas saber até onde é preciso escavar significará tal ou qual logística, tal ou qual preparação, tal ou qual número de funcionários, pás carregadoras, restaurante ou rancho e uma a área grande não é preciso tecnologia avançada, mas se são minas de grande profundidade, sim, perante os riscos. Por exemplo, a Grande Bacia de Vidro da Austrália com um a quatro milhões de km2 certamente exigirá milhares de empresas. Como são potencialmente 400 mil buracos (alguns no fundo dos oceanos, a grande profundidade submarina) certamente variará muitíssimo.

Com relação ao registro, se é queda superficial largamente distribuída na horizontal será preciso registrar tudo, toda a área; se for muito na vertical apenas o miolo. Os tecnocientistas deverão se pronunciar. Enfim, a teoria é fundamental para indicar os rumos do registro, pois tudo custa dinheiro nos departamentos de solos.

Vitória, segunda-feira, 18 de julho de 2005.

Prisão Domiciliar


 

                        Observando a produção-organização familiar (produção pelos homens, organização pelas mulheres – como mostrou o Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens) a partir das notícias da vizinhança - que sem procurar obtemos - ou nos filmes e romances ou na TV ou onde for podemos ver realidade ou representação das desavenças no interior do par fundamental: um controla a outra e vice-versa.

                        Há vigilância geral nos gastos de um ou da outra, sem falar que ambos supercontrolam os filhos (há utilidade não apenas em poupar como também em armar a mola do consumo e produçãorganização futura deles). Vivem todos em prisão domiciliar, dentro do domicílio, ou fora dele. Vivem em prisão quanto aos gastos. Uma vida inteira supermedida, com rara liberdade e raríssima prodigalidade. Não há um instante de sossego durante uma vida inteira, mas há algumas festas.

                        Quais são os retratos dessa vida controladinha?

                        Os filmes – que Edgar Morin acompanhando outros chamou de sociologia do invisível – não mostram nem a sério nem jocosamente essa feição sensibilíssima das existências privadas. Como se comportam uns e outras na condição de atravessar 30, 40, 50, 60 anos de casamento supercontidos? O sacrifício que devem fazer uns e outras para comprar casa, carro, objetos e outras coisas é com toda segurança muito agudo, muito intenso. E em alguns casos risível.

                        Vitória, segunda-feira, 18 de julho de 2005.

Presença Pontual e o Universo Opaco

 

                        Como vimos neste Livro 128 no artigo Dando Mais Tempo cada pessoa é um ponto, estando em volta dela o universo opaco (na Rede Cognata = NEGRO = ESCURO).

                        Explico.

                        PONTO PARA VOCÊ

 

Notícia mais exterior e mais não-fidedigna

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           Pois a Lua está a um segundo-luz e nós não a vemos, vemos o que ela era há um segundo; poderia haver um objeto a um minuto-luz (o Sol está a 8,5 minutos-luz no passado), a uma hora-luz, a um dia-luz, a um ano-luz. Embora o tempo seja um só para todo o universo, como já mostrei o espaço não é, porque não temos notícia dele. A um metro de distância o objeto envia 300 milhões de notícias por segundo; a 10 cm três bilhões; a 10 metros 30 milhões. Quanto mais distante de nós o objeto mais ignoramos como ele é realmente agora. Ele está no mesmo tempo-agora que nós, porém não vemos o espaço em que ele está; a Lua de agora nós só veremos daqui a pouco mais de um segundo. Tendo sido mais fácil de início entender para os objetos distantes, agora transponhamos para os objetos próximos: eles são igualmente opacos.

A OPACIDADE E O ILUSÓRIO (há infindedignidade, não se pode confiar plenamente) – nas laterais estão os ÍNDICES DE DESCONFIANÇA, por assim dizer. Quanto mais longe da PESSOA (indivíduo, família, grupo, empresa), maior seria a desconfiança necessária quanto à fidelidade das informações e dos conhecimentos.

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Elipse: Presença-ponto
 
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O que nos permite ver, então?

É que a cada centésimo de segundo está chegando 1/100 da mensagem toda de um segundo; a velocidade da luz é muito grande e no interior de um segundo, em cada um dos seus 100 centésimos ainda chega para a distância de um metro três milhões de mensageiros eletromagnéticos. As mensagens não param de chegar e tomamos isso pela realidade. Nossa mente é “enganada” pelo filme (= PROJEÇÃO) do real, assim como no cinema os 25 quadros por segundo não reconstituem na tela a realidade do movimento, apenas são remontados pelo programáquina cérebro-mental como tal. Na “presença-ponto” continuam chegando as linhas-planos 2, 3, 4, 5, 6 e o resto, de modo que o encavalamento passa por reconstituir o espaço. Não reconstitui. O universo fora de cada um é inteiramente opaco. Nós apenas estamos sendo “enganados” (as aspas vão para o fato de que a soma, ainda que soma de defasagens, é ainda verdadeira; quer dizer, a falsificação é uma verdade também, embora verdade torcida).

Vitória, julho de 2005.

Perdendo o Rebolado

 

                        Evidentemente o rebolado é uma Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas: meninas não fazem - ou fazem muito pouco - e mulheres idosas não fazem - ou fazem muito pouco -, tudo se concentrando no centro, na fase de produção. É claro que o rebolado é artifício para chamar atenção para as nádegas e a vagina durante o período fértil. O que não existe é o mapeamento e a ligação com períodos férteis, as fases de ovulação.

                        Por outro lado, o Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) diz que antigamente durante largos períodos os homens ficavam fora, constituindo 10 a 20 % de todos, enquanto 80 a 90 % eram os que ficavam. Naquela época só quando eles voltavam e apenas então é que as mulheres usavam esse artifício. Agora, desde o princípio da civilização há uns 10 mil anos atrás, é que é feito constantemente, porque os homens não saem mais para as caçadas ou há sempre homens por perto. Então, é preciso saber se isso desaparece em tais ou quais condições ou fases.

                        “Perdendo o rebolado” tem no Brasil o sentido de “perder a graça”: quando é que para elas “perde a graça” proceder assim? Será apenas tendo adquirido seu depositante? O depositante pode ser marido ou amante (ou até uma pseudofêmea). Será que os pseudomachos fazem a mesma coisa? Mais de dia ou de noite? Mais em tal ou qual fase da Lua? Anuncia a fase fértil ou sucede a menstruação? Há maior número de reboladas quando se apresenta tal ou qual macho “vencedor” (jogadores, artistas, políticos de renome)? Nas regiões frias acontece mais? Ou nas regiões quentes? Nas praias, em que as nádegas estão expostas, acontece mais?

Há muitas perguntas a responder e fazer as perguntas é importante porque todo trejeito e artifício feminino levou à multiplicação da espécie (o que significou machos assumindo maiores riscos, com uma carga até tremendamente maior).
                        Vitória, julho de 2005.

Os Saltos Governamentais no ES


 

INSTRUMENTOS-MODELO (fui desenhando aos poucos, até que agoraqui convergiu)

Ø  O governatório (é RETRANS – reforma-transformação –conceitual);

Ø  A SCTE do governatório (parte prática, instrumental: outras serão úteis aos prefeitos e aos presidentes);

Ø  O Centro Administrativo de um milhão de metros quadrados e 20 torres, talvez em Camburi;

Ø  A RETRANS tributária (veja Grande Projeto Tributário, Livro 127);

Ø  A RETRANS universitária e tantas outras coligadas a este projeto.

RETRANS TOTAL



 
Interna
(governo):
pessoas
 
 

 

Externa
(Estado):
Ambientes


 
 
Do núcleo
 

 
 
Dos servidores
 
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                

 

 

 

 

 

Um estado territorialmente pequeno tem vantagens e desvantagens, como tudo; as pessoas e as coisas ficam perto, mas o volume é pequeno, a massa reativa é quase insignificante frente aos grandes poderes. Entretanto, há uma chance pequena de tudo dar certo se uma grande convergência puder se dar no sentido de proporcionar novos instrumentos capacitadores do salto.
Vitória, quarta-feira, 20 de julho de 2005.