Vivendo no Escuro
Vimos neste Livro 128 em
Dando Mais Tempo e depois em Presença Pontual e o Universo Opaco, que
todos vivemos realmente na escuridão, embora sejamos benfazejamente enganados
por nossos programáquinas cérebro-mentais, no sentido de as informações sobre o
espaço chegarem defasadas de uma fração-luz qualquer.
De fato, num segundo
sentido vivemos na escuridão.
Voltaire (francês,
1694-1778) perguntou se não seria melhor viver na ignorância como os tolos, ao
que Aristóteles (grego, 384-322 a.C.) respondeu quase 2.100 anos antes que com
o conhecimento podemos julgar em liberdade, sendo-se então tanto mais livre
quanto mais se conhecer (como quem mais conhece é Deus, que mais é livre é Deus
- como supostamente conhece tudo, tem total liberdade, enquanto os outros têm
necessidades ou naturezas ou limitações em vários graus).
Podemos pensar que o
povo, por menos conhecer, é mais-prisioneiro, vive mais em-escuridão. O povo
vive duplamente em escuridão. A primeira é aquela física, das propriedades do
desenho do universo que valem para todos, menos para Deus, que supostamente
pode ver todo o tempo. A segunda (ou terceira) é esta outra, psicológica, dos
desconhecimentos; DOS DESCONHECIMENTOS, sim, porque cada desconhecimento é um
grau de escuridão. Quanto mais se desconhece mais profunda é a escuridão.
Podemos pensar que um
iluminado como Buda é aquele a quem foi dada a iluminação, a luz que cancela a
escuridão; é doação, vem de fora. Depois vem o santo/sábio, que aspira ver a
luz; a seguir os estadistas, que pelo menos vêem a necessidade do Estado (mas
não a do fim dele, pois são contrustivistas), mais além os pesquisadores,
depois os profissionais, em seguida as lideranças e no fim da fila o povo. Aqui
ainda poderíamos falar dos que não sabem e não fazem esforço nenhum para saber
e dos que apesar de não saberem buscam uma saída da escuridão.
Vitória, julho de 2005.





