Dois Tipos de Crescimento Zero
Faz
tempo ouço falar do CZ, talvez derivado das teses de 1967 do Clube de Roma no
livro Limites do Crescimento. Não sei, é uma questão a investigar.
Fiquei indignadíssimo, PORQUE há tanto a construir, especialmente tantos povos
e nações a avançar para suas expressões particulares, que o primeiro e o
segundo mundos (num conjunto de perto de 220 nações, grupos de 55, 110 delas),
comportando apenas metade dos países, não dá vazão.
A
humanidade não é só isso que estamos vendo, é muito mais.
Identificar
o crescimento humano APENAS com o que é europeu e americano do Norte É ERRADO! Claro
que europeus, americanos, japoneses e outros povos fizeram maravilhas, que eu
aplaudo delirantemente. Palmas para eles. Sem esquecer essas realizações há
muito mais no futuro e devemos não apenas dar chance, facilitar, ir abrindo as
portas, mas empurrar esses povos e nações do terceiro e quarto mundos, 110
deles e delas, a mostrar sua própria compreensão do universo, porque, como
dizem, Deus é servido de muitos modos.
Para
solucionar a questão devemos primeiro ver que há dois gêneros de crescimento
zero.
Primeiro
o que paralisaria o crescimento na produção socioeconômica de agora, por
exemplo, os EUA ficarem sempre perto dos US$ 10 trilhões, mesmo com o
crescimento populacional, que de todo modo é pequeno. Segundo o que
replicasse exatamente o crescimento populacional. Se o primeiro é detestável, o
segundo pode ser analisado. Não agora, pois há tanto a reparar, há tanto a
fazer, mas nalgum futuro, porque o crescimento humano além dos ritmo
populacional está tencionando demais a frente do Conhecimento geral
(Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e
Matemática), em particular a frente tecnocientífica que, voltada para o modelo
euro-americano de percepção de mundo, não consegue dar as respostas requeridas
por toda a humanidade.
Haverá
um momento em que esse segundo tipo de CZ deverá ser adotado, para a
tranqüilidade de todos.
Se
pensarmos bem uma produção de US$ 10 trilhões (se a população permanecesse a
mesma) nos EUA acrescenta muita coisa a cada ano, sobre o mesmo espaçotempo
geo-histórico. Acrescenta demais em casas, construções, pontes, estradas de
ferro e todo gênero de produção, uma quantidade inacreditável de coisas. E a
produção mundial, que deve ser quatro vezes a americana, daí US$ 40 trilhões
mais ainda. Imagine quanto é isso, sendo multiplicado por 100 anos, quatro
quatrilhões de dólares de hoje. É coisa demais, ultrapassa toda medida do
passado, de forma que se soubéssemos conduzir ficaríamos mesmo muito bem.
A
questão toda, naturalmente, é essa chave, SABER CONDUZIR. Quem dirá como,
quando e as outras perguntas? Da psicologia (quem, por quê, com quê, como,
quando e onde?) podemos tirar um punhado de dores de cabeça. A ONU é
suficiente? Não tem sido, conduzida isoladamente que é pelos mesmo interesses
dos grandes.
Caso
fôssemos capazes de adotar um Congresso do CZ realmente representativo
de todos os interesses humanos legítimos neste espaçotempo de julgamento, creio
que o CZ seria viável, dentro de, digamos, 50 anos. As pessoas teriam esse
horizonte para começá-lo, caso não apareçam as novidades salvadoras.
Vitória,
quarta-feira, 20 de novembro de 2002.