O Recado
Cultural de Mao
Sempre
fiquei encucado com a Revolução Cultural de Mao, porque parecia coisa de louco,
embora muito emocionante. O Ocidente tende a ver como pura loucura, porque
atacou os intelectuais. É preciso pensar que na China os intelectuais
encarnavam os mandarins confucianos, os donos do Estado que era mesmo preciso
combater. Depois que vi o povelite como cultura ou nação vi também que era uma
revolução nacional destinada a constituir verdadeiramente a nação, a juntar
povo chinês a elites chinesas, povo revolucionário a elites revolucionárias,
porque os intelectuais na China eram contra-revolucionários, atacavam o regime.
Foi
só quando Mao lhes mandou um recado duro que consertaram. Foi só quando viram
que seriam fatal e irremediavelmente destruídos é que acomodaram. Pois foi isso
que Mao lhes disse: “sirvam a nação ou serão apagados e substituídos por uma
nova elite”. Foi uma jogada arriscadíssima já que ele não tinha cartas nas
mangas, estava jogando com a verdade – se falhasse a China ficaria para trás
duas, três, quatro gerações -, uma jogada de mestre e surtiu efeito. Enfim, ele
lhes disse, “se vocês não voltarem atrás quanto a seus privilégios morreremos
todos num banho de sangue”.
Só
agora estou compreendendo isso, 40 anos depois.
Eis
aí a genialidade de Mao.
Vitória,
julho de 2005.
REVOLUÇÃO NACIONAL
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Revolução Cultural na China mexeu com a estrutura política do país
Mao
Tsé-tung lançou a Revolução Cultural em 18 de abril de 1966
Em 1958, Mao Tsé-tung lançou um ambicioso projeto
denominado "grande salto para a frente".
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China: as quatro gerações
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