domingo, 29 de outubro de 2017


João entre Joãozinho e Janjão

 

                            Uma das grandes dificuldades de vivermos em sociedade é que cada um se julga um universo (como diz o ditado: “cada pessoa é um universo”; pode ser, mas um universo que cabe num corpo, que é mensurável e cabe num elevador). De fora somos vistos como Joãozinho, no diminutivo, de dentro nos vemos como Janjão, no aumentativo, quando somos apenas João. Isso precisava ser trabalhado pelos psicólogos não em termos individuais, porque levaria tempo demais, mas introduzindo matéria ou disciplina nas escolas de todo o mundo, colocando a discussão das dimensões reais de nossas personalidades. Todo mundo se acha o maioral, o mais bonito, o que tem mais coisas a falar, verdadeiro revelador dos mistérios, mas na prática somos pessoas comuns, uma em 6,5 bilhões.

Vitória, agosto de 2005.

 

  

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