sexta-feira, 27 de outubro de 2017


O Desprendimento dos Amigos

 

                            DESPRENDIMENTO NO AURÉLIO SÉCULO XXI

[De desprender + -imento. ] S. m. 1. Ato ou efeito de desprender (-se); abnegação, altruísmo, independência. Desprendimento de posse.  Jur. 1. Constituto-possessório.

Entretanto, agoraqui quero usar no sentido de des-prender mesmo, soltar, quero dizer que, infelizmente, a gente percebe que os amigos vão se desprendendo de nós, o que é uma grande perda.


Média
 
A ESTRELA DO AUMENTO E DA DIMINUIÇÃO


De início a gente pensa que o número de amigos vai sempre crescer, depois que vai diminuir seja pela morte, pelas viagens, por conflitos, por quaisquer motivos (claro que para eles se passa mais ou menos o mesmo). Acho que no começo e no fim o único amigo mesmo é “Deus”, como queiram chamar o não-finito de onde saímos e ao qual voltamos, seja material, seja idealmente conforme as preferências ou crenças. De início parece que vamos aumentar sempre, depois que vamos diminuir sempre – talvez a verdade esteja na média, quer dizer, na continuidade.

Mas, aproveitando a oportunidade, o que nos leva à amizade?

É o desprendimento.

Desprendimentos nos gestos, nas ofertas, nas palavras, nas alegrias participativas conosco. Não pode ser com todos, porque o mundo é 50/50, de soma zero dos pares polares opostos/complementares, de forma que se sobra conosco falta com os outros; porisso a amizade é um sinal de distinção, de preferência, de superabundância para conosco, de excesso de alegria, de exagero de participação, de ultrapassamento das medidas. É abertura, é índice de futuro, tudo aquilo que está na definição da palavra.

Vitória, agosto de 2005.

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