O Desprendimento dos
Amigos
DESPRENDIMENTO NO AURÉLIO SÉCULO XXI
[De desprender + -imento. ] S. m. 1.
Ato ou efeito de desprender (-se); abnegação, altruísmo, independência.
Desprendimento de posse. Jur. 1.
Constituto-possessório.
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Entretanto, agoraqui quero usar no
sentido de des-prender mesmo, soltar, quero dizer que, infelizmente, a gente
percebe que os amigos vão se desprendendo de nós, o que é uma grande perda.
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A ESTRELA DO AUMENTO E DA DIMINUIÇÃO
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De início a gente pensa que o número
de amigos vai sempre crescer, depois que vai diminuir seja pela morte, pelas
viagens, por conflitos, por quaisquer motivos (claro que para eles se passa
mais ou menos o mesmo). Acho que no começo e no fim o único amigo mesmo é
“Deus”, como queiram chamar o não-finito de onde saímos e ao qual voltamos,
seja material, seja idealmente conforme as preferências ou crenças. De início
parece que vamos aumentar sempre, depois que vamos diminuir sempre – talvez a
verdade esteja na média, quer dizer, na continuidade.
Mas, aproveitando a oportunidade, o
que nos leva à amizade?
É o desprendimento.
Desprendimentos nos gestos, nas
ofertas, nas palavras, nas alegrias participativas conosco. Não pode ser com
todos, porque o mundo é 50/50, de soma zero dos pares polares
opostos/complementares, de forma que se sobra conosco falta com os outros;
porisso a amizade é um sinal de distinção, de preferência, de superabundância
para conosco, de excesso de alegria, de exagero de participação, de
ultrapassamento das medidas. É abertura, é índice de futuro, tudo aquilo que
está na definição da palavra.
Vitória, agosto de 2005.
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