A Redivisão do Bolo
Na década dos 1970
vários “jornais de oposição” (inclusive o chamado “hebdomadário” – que
significa justamente “semanal” - O
Pasquim) como Opinião, Movimento, Zero Hora e até um local do Espírito Santo falavam mal dos
militares, da dívida externa e do processo de acumulação da burguesia, que
queria fazer crescer o bolo de Delfin Netto para depois repartir, ao passo que
os jornais apelavam para a redivisão logo. Segundo os suíços os militares
brasileiros roubaram à nação US$ 20 bilhões nos 21 anos que ficaram (a base é
de um bilhão de dólares por ano de presidência; depois com os civis não
melhorou, só fez piorar). Como já relatei, em 1984 escreveram nos muros de
Linhares, ES: “vamos trocar 20 anos de ditadura por 10 anos de merda pura”. Só
erraram no anúncio dos 10 anos, porque até agora, contando de 1985 (fim da
ditadura) até 2005 foram outros 20 anos de merda pura.
Bem, vieram os civis
e tudo ficou pior, mais debochado, é um “pega para capar” sem tamanho, sem
qualquer freio, sem o mínimo de decência. Pelo menos os militares (que sempre
detestei) tinham alguns projetos grandiosos que animavam o povo, ao passo que
os civis nem isso têm, só querem mesmo é roubar, como os escândalos sucessivos
de Sarney, Collor, FHC e Lula vem demonstrando sobejamente.
Então, fomos
enganados por aqueles jornais.
Esperei todos esses
anos para poder dizer isso.
Eles redividiram o
bolo sim, mas somente entre eles, apenas entre eles. De qualquer forma nunca
disseram que o povo iria participar. Nós é que imaginamos.
Vitória, agosto de 2005.
JORNAL OPINIÃO
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OPINIÃO 1972-1973. OS LIMITES REGRADOS DA OPOSIÇÃO
Eduard
Marquardt (*)
UM NOVO SEMANÁRIO NACIONAL
Um
jornal que não defende interesses pessoais, não pertence a nenhum partido,
não é porta-voz de qualquer ideologia e se recusa a aceitar um volume de
publicidade que ultrapasse a 20 por cento de sua receita. Esses são os
princípios básicos de OPINIÃO, semanário que começa a circular no próximo dia
6 de novembro, segunda-feira.
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