sábado, 28 de outubro de 2017


A Redivisão do Bolo

 

                            Na década dos 1970 vários “jornais de oposição” (inclusive o chamado “hebdomadário” – que significa justamente “semanal” - O Pasquim) como Opinião, Movimento, Zero Hora e até um local do Espírito Santo falavam mal dos militares, da dívida externa e do processo de acumulação da burguesia, que queria fazer crescer o bolo de Delfin Netto para depois repartir, ao passo que os jornais apelavam para a redivisão logo. Segundo os suíços os militares brasileiros roubaram à nação US$ 20 bilhões nos 21 anos que ficaram (a base é de um bilhão de dólares por ano de presidência; depois com os civis não melhorou, só fez piorar). Como já relatei, em 1984 escreveram nos muros de Linhares, ES: “vamos trocar 20 anos de ditadura por 10 anos de merda pura”. Só erraram no anúncio dos 10 anos, porque até agora, contando de 1985 (fim da ditadura) até 2005 foram outros 20 anos de merda pura.

                            Bem, vieram os civis e tudo ficou pior, mais debochado, é um “pega para capar” sem tamanho, sem qualquer freio, sem o mínimo de decência. Pelo menos os militares (que sempre detestei) tinham alguns projetos grandiosos que animavam o povo, ao passo que os civis nem isso têm, só querem mesmo é roubar, como os escândalos sucessivos de Sarney, Collor, FHC e Lula vem demonstrando sobejamente.

                            Então, fomos enganados por aqueles jornais.

                            Esperei todos esses anos para poder dizer isso.

                            Eles redividiram o bolo sim, mas somente entre eles, apenas entre eles. De qualquer forma nunca disseram que o povo iria participar. Nós é que imaginamos.

Vitória, agosto de 2005.

                                         

                            JORNAL OPINIÃO

 
OPINIÃO 1972-1973. OS LIMITES REGRADOS DA OPOSIÇÃO
Eduard Marquardt (*)
UM NOVO SEMANÁRIO NACIONAL
Um jornal que não defende interesses pessoais, não pertence a nenhum partido, não é porta-voz de qualquer ideologia e se recusa a aceitar um volume de publicidade que ultrapasse a 20 por cento de sua receita. Esses são os princípios básicos de OPINIÃO, semanário que começa a circular no próximo dia 6 de novembro, segunda-feira.

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