Cuspindo Veneno
H é como eu fiscal
do estado do Espírito Santo e dentista de profissão, tendo trabalhado em Pedro
Canário e ficado muitos anos de favor no Posto Fiscal Amarílio Lunz, que fica
no município, divisa com a Bahia.
Certo plantão
estávamos em três, ele, EV (chamado Edir “Índio”, agora falecido) e eu. O Edir
saiu e ao ir disse que ia tomar banho, porque já estava se sentido mal, dois
dias sem se lavar, fosse ou não fosse verdade, ele era um brincalhão. Quando
virou as costas e já estava longe o outro falou “esse cara é um porco”, ao que
repliquei que se ele achava isso dissesse na frente do Edir e não pelas costas.
Cada um tem um jeito de ser.
H virou-se para mim
e perguntou se eu também era assim, de tomar banho só de dois em dois dias. Eu
disse que não, pelo contrário, no mínimo tomava dois banhos por dia, um de
manhã e um de noite, porque sentia muito calor; por vezes mais, no verão às
vezes cinco ou seis. Ele disparou: “pobre, mas limpinho”. Fosse praga
inconsciente ou não dois meses depois ele escorregou de carro na pirambeira e
apenas uma árvore impediu que fosse ao fundo.
É interessante ver a
maledicência, a adulação, a perseguição, todo tipo de sentimento no serviço
público, onde nada disso deveria existir. Pelos mínimos motivos acontecem esses
ataques. É assombroso, parece que essa gente não tem mais que fazer. É
totalmente espantoso ver. Acredito que os psicólogos deveriam estudar e que os
sociólogos deveriam investigar e expor o fenômeno. Porque, em tese, todos nós
deveríamos estar trabalhando pelo bem público e, no entanto, os chefetes se
preocupam em perseguir os colegas, em nosso meio abrindo a torto e a direito
processos sucessivos contra todos e qualquer um (por exemplo, pelos motivos
mais estapafúrdios ou extravagantes abriram seis processos contra mim). Isso
obviamente, permitiria trabalhar a questão a favor de melhor trabalho.
Vitória, agosto de 2005.
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