Seu Valor e o Mil
Valor
Coloco em anexo a
revista Valor 1000 (Maiores Empresas –
As Campeãs de 27 Setores e as Melhores de Cada Região, Edição 2005) do
jornal Valor Econômico, que
considero muito bom. Naturalmente ela se abre em muitas análises competentes
sobre as maiores empresas do Brasil, que é país de terceiro mundo, ainda que
seja a oitava ou nona economia do mundo em dólares internacionais e 14ª em
dólares (que é uma relação forçada; se fosse a dólares internacionais, economia
real, seria a quarta ou quinta).
É francamente
espantoso olhar, revirar a revista, mesmo sem entrar em detalhes, pois as
empresas são grandes, gigantes mesmo para padrões internacionais de primeiro
mundo. Sendo tão grandes, constituindo uma frente em cada setor e subsetor, que
parece nada mais haver a fazer para quem vem de trás. Quem está começando faz o
quê? Como se chega a acumular um milhão de dólares? E daí a mil vezes isso,
como se dá o salto? Claro, o caminho se faz caminhando, é a lição agora
tradicional.
VALOR 1000
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O BOLO-MUNDO PARECE
REPARTIDÍSSIMO
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Existem muitos modos de olhar.
Na realidade o mundo não está fechado,
só repartido.
Pois devemos pensar que
nenhuma dessas empresas existia. Elas são, todas e cada um, ANÚNCIO TAXATIVO de
que se pode avançar e desbancar as agora grandes. As empresas de hoje desbancaram
as de ontem. Para as de hoje o ontem é que estava partido e fechado; abriram-no
e re-partiram-no, partiram de novo segundo a nova ordem hoje atuante.
A questão não é a da
partição, nem a do fechamento.
A questão é saber se os
pretendentes de hoje se proporão a seguir os caminhos de até agoraqui ou
criarão outros, honestos. Porque muitas empresas de hoje retalharam o Estado
(como aconteceu na ex-União Soviética) ou receberam favores no financiamento da
absorção (como no Brasil, caso da CVRD Companhia Vale do Rio Doce e CST
Companhia Siderúrgica de Tubarão, em que o Estado procurou cortar os pedaços
para oferecê-los à voracidade de fora e de dentro, dos funcionários) ou tiveram
acordos escusos ou os políticos os beneficiaram com vantagens indevidas e assim
por diante. Seria muito interessante os sociólogos, os economistas, os
geo-historiadores, os psicólogos em geral contarem as versões públicas e
privadas dessa pirataria do Estado.
Vitória, agosto 2005.
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