segunda-feira, 30 de outubro de 2017


Seu Valor e o Mil Valor

 

                            Coloco em anexo a revista Valor 1000 (Maiores Empresas – As Campeãs de 27 Setores e as Melhores de Cada Região, Edição 2005) do jornal Valor Econômico, que considero muito bom. Naturalmente ela se abre em muitas análises competentes sobre as maiores empresas do Brasil, que é país de terceiro mundo, ainda que seja a oitava ou nona economia do mundo em dólares internacionais e 14ª em dólares (que é uma relação forçada; se fosse a dólares internacionais, economia real, seria a quarta ou quinta).

                            É francamente espantoso olhar, revirar a revista, mesmo sem entrar em detalhes, pois as empresas são grandes, gigantes mesmo para padrões internacionais de primeiro mundo. Sendo tão grandes, constituindo uma frente em cada setor e subsetor, que parece nada mais haver a fazer para quem vem de trás. Quem está começando faz o quê? Como se chega a acumular um milhão de dólares? E daí a mil vezes isso, como se dá o salto? Claro, o caminho se faz caminhando, é a lição agora tradicional.

                            VALOR 1000


O BOLO-MUNDO PARECE REPARTIDÍSSIMO


Existem muitos modos de olhar.

Na realidade o mundo não está fechado, só repartido.

Pois devemos pensar que nenhuma dessas empresas existia. Elas são, todas e cada um, ANÚNCIO TAXATIVO de que se pode avançar e desbancar as agora grandes. As empresas de hoje desbancaram as de ontem. Para as de hoje o ontem é que estava partido e fechado; abriram-no e re-partiram-no, partiram de novo segundo a nova ordem hoje atuante.

A questão não é a da partição, nem a do fechamento.

A questão é saber se os pretendentes de hoje se proporão a seguir os caminhos de até agoraqui ou criarão outros, honestos. Porque muitas empresas de hoje retalharam o Estado (como aconteceu na ex-União Soviética) ou receberam favores no financiamento da absorção (como no Brasil, caso da CVRD Companhia Vale do Rio Doce e CST Companhia Siderúrgica de Tubarão, em que o Estado procurou cortar os pedaços para oferecê-los à voracidade de fora e de dentro, dos funcionários) ou tiveram acordos escusos ou os políticos os beneficiaram com vantagens indevidas e assim por diante. Seria muito interessante os sociólogos, os economistas, os geo-historiadores, os psicólogos em geral contarem as versões públicas e privadas dessa pirataria do Estado.

Vitória, agosto 2005.

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