domingo, 15 de outubro de 2017


Filosofia do Invisível

 

                            Diz Edgar Morin em seu livro A Cabeça Bem-Feita (repensar a reforma, reformar o pensamento), 9ª edição, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2004, p. 43/4: “Mas também o romance e o cinema oferecem-nos o que é invisível nas ciências humanas; estas ocultam ou dissolvem os caracteres existenciais, subjetivos, afetivos do ser humano, que vive suas paixões, seus amores, seus ódios, seus envolvimentos, seus delírios, suas felicidades, suas infelicidades, com boa e má sorte, enganos, traições, imprevistos, destino, fatalidade...”.

                            O CONHECIMENTO DO INVISÍVEL

·       Magia/Arte do invisível: muita, em toda parte (felizmente);

·       Teologia/Religião do invisível (centrando-se em Deus, nunca na Natureza – portanto, polarizada);

·       Filosofia/Ideologia do invisível (pouquíssima, só os “grandes temas” são tratados – por acaso as paixões são temas pequenos?);

·       Ciência/Técnica do invisível (nenhuma, o invisível é excomungado todo domingo na Missa da Ciência e da Técnica);

·       Matemática do invisível (os matemáticos vivem aos pés do Grande Geometrialgebrista e abominam o invisível).

NADA DE INVISÍVEL NAS TECNOCIÊNCIAS (em particular na pontescada científica)

·       Nada na Física/Química, na Biologia/p.2, na Psicologia/p.3, na Informática/p.4, na Cosmologia/p.5, na Dialógica/p.6;

·       Na Psicologia nada na psicanálise, na psico-síntese, na economia (administração, contabilidade), na sociologia (direito) e na geo-história;

·       Na economia nada na agropecuária/extrativismo, nas indústrias, no comércio, nos serviços e nos bancos (fora as maracutaias).

Enfim, se não fosse os magicartistas estaríamos fritos mesmo.

A MAGIA/ARTE NOS FALA DO INVISÍVEL (nas 22 tecnartes, por exemplo)

·       Nas T/A da visão: na poesia, na prosa, na fotografia, na pintura, no desenho, na dança, na moda, etc.;

·       Nas T/A do paladar: nas comidas, nas bebidas, nos temperos, nas pastas, etc.;

·       Nas T/A da audição: nas músicas, nos discursos, etc.;

·       Nas T/A do olfato: na perfumaria, etc.;

·       Nas T/A do tato: no cinema, no teatro, na decoração, na arquiengenharia, no urbanismo, na tapeçaria, no paisagismo/jardinagem, na esculturação, etc.

Enfim, não fosse a M/A não teríamos acesso ao invisível.

Está mais do que na hora de se filosofar sobre isso.

Os filósofos perdem muito tempo.

Vitória, julho de 2005.

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