domingo, 15 de outubro de 2017


Entalado Entre o Passado e o Futuro


 

                            O modelo mostrou que as elites são do passado, da paz, da história, do tempo, da morte e outros elementos de par, enquanto o povo é do futuro, da guerra, da geografia, do espaço, da vida. O povelite ou cultura ou nação-país é o ponto de encontro passado-futuro ou presente; paz-guerra ou atenção; geo-história ou espaçotempo, morte-vida ou continuidade.

                            A INTERFACE

 
 
Elites
 
 
Povelite, nação, cultura
 
 
Povo

Quando as elites travam o sistema, quando são egoístas demais o futuro fecha e o passado se abre, havendo reflexos disso na cultura, quer dizer, a nação começa a se fazer passadista, até retro, antiquada, obsoleta. Então, a guerra que deveria ser mantida no futuro, sempre como potência do porvir, sempre por acontecer, mas não acontecendo nunca, é trazida ao presente e estoura de fato (como acontece no Brasil e em outros países), sendo roubada a tranqüilidade às elites, porque o povo trava combates. Como já vimos isso é feito através da coopção de frações das elites, porquanto o povo em si não sabe pensar e não tem tempo para isso nem os recursos – são as frações cooptadas das elites que passam a guerrear as outras frações. Quando é tudo muito agudo, quando quase todo o futuro foi roubado ao povo ele todo vem ao presente, quer dizer, o povo se apresenta, se mostra. Pois em geral o povo fica no futuro, sonhando com as melhorias que terá no futuro; fica em expectativa, tem esperança. Enquanto as elites não afunilarem o futuro o povo permanecerá nele, só sendo trazido ao presente quando as elites recuarem ao passado, se tornarem passadistas e quiserem tudo para si.

Em resumo, o passado e o futuro combinam-se como TROCA PRESENTE em que o povo continua dando paz às elites populares ou trazendo guerra às ladras elites imprecavidas. O presente é, portanto, o que está entalado entre o passado e o futuro, ele é a carne do sanduíche – se as elites pretenderem pegar a carne toda o povo reagirá.

Vitória, quinta-feira, 21 de julho de 2005.

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