Embuste Elegante
Pedi no Sindifiscal
e me deram a revista Finanças dos
Municípios Capixabas, ano 10, 2004, que vem repleta de dados sobre as
aplicações financeiras (essa é uma vitória democrática: que os AMBIENTES –
cidades/municípios, estados, nações e mundo, através da ONU e outros organismos
internacionais – sejam obrigados e alguns até façam de bom grado a publicação
dos dados) dos municípios do Espírito Santo.
Mas tudo não passa
de uma COISA TRABALHADA, vamos dizer assim, preparada para não mostrar
contraste nenhum, nem um centavo destoando das possibilidades. Em nenhum
momento vamos realmente ver a realidade brutal dos “caixinhas”, dos desvios de
verbas. Não obstante, prefeitos, vice-prefeitos, secretários e funcionários vão
enriquecendo em todo o país – e são 5,5 mil prefeituras! Talvez poucas escapem
das falcatruas. Além dessa publicação oficial deveria acontecer outra,
não-oficial, oficiosa, das forças vivas CONTRÁRIAS da coletividade, que
estivessem dispostas a revelar os esquemas das aplicações financeiras
municipais/urbanas.
Seria interessante
ver as obras com material de segunda, de terceira e de quarta; as denúncias de
escândalos; os enriquecimentos ilícitos através da vida aparente de fulano e
beltrano; as aplicações suntuárias e dispensáveis de verbas; as viagens desnecessárias
dos governantes do Executivo, dos políticos do Legislativo, dos juizes do
Judiciário. Isso, sim, faria sucesso, seria um best-seller! Venderia milhares
de exemplares. Esse que anexei não vende um, é “dado de graça”, como diz o
povo, e as pessoas ainda recusam, porque sabem perfeitamente que é
acochambrado, arranjado, forjado.
Evidentemente seria
preciso coragem por parte dos participantes, financiamento, lisura, ausência de
intenções quanto a B ou H, dedicação para mostrar a verdade mínima, pesquisa
profunda, revisão, sustentação advocatícia, firmas grandes patrocinando tudo
(elas ficariam na mira e talvez não arranjassem contratos com os governos e até
com empresas comprometidas).
Constituiria
tremendo serviço à população, povo e elites, à cultura ou nação. Aí, sim, com
toda certeza, os falsários ficariam de cabelos ouriçados temendo o
desventramento do banditismo.
Vitória, junho-julho
de 2005.
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