Denúncia
dos Choques e a Invenção do Brasil
Seria interessante
fazer um levantamento na mídia (TV, Revista, Jornal, Livro/Editoria, Rádio e
Internet) de todo o mundo, em particular nos jornais, classificando a estes
como se faz com as nações como jornais de primeiro, segundo, terceiro, quarto e
quinto mundos. De que tamanho são as seções deles naquilo que coincidem
(política, nação, esportes, policial, etc.)? Por exemplo, comparativamente, de
que tamanho são as seções policiais que contam as desgraças nacionais?
As
páginas policiais dos jornais denunciam os choques entre PESSOAS (indivíduos,
famílias, grupos e empresas), mas imperfeitamente, porque as guerras
empresariais vazam para outras seções (digamos, economia). Quantos choques
ocorrem? Deveríamos também contar os choques entre AMBIENTES
(cidades/municípios, estados, nações e mundo). Deveríamos fazer estudo
psicológico (das figuras ou psicanálises, dos objetivos ou psico-sínteses, das
produções ou economias, das organizações ou sociologias e dos espaçotempos ou
geo-histórias) completo dos conflitos de todo tipo, pois esses choques
denunciam os conjuntos. E a ausência deles mostra que os conjuntos estão
chegando a certo entendimento homogêneo. Por exemplo, no Japão – onde 93 % se
declaram de classe média – há poucos choques desses tipos que no terceiro mundo
presenciamos quotidianamente. A presença de tantos choques por aqui denuncia
(no Espírito Santo quatro das cinco cidades da região metropolitana da Grande
Vitória estão na lista das 20 mais violentas do mundo – em particular a Serra
ocupa o primeiro lugar) políticas erradas, visões erradas de mundo. Tal
presença é uma clamorosa denúncia da impropriedade do controle geral pelos
governantes do Executivo, pelos políticos do Legislativo e pelos juízes do
Judiciário, para não falar pelos empresários.
Esses
choques denunciam que o Brasil não foi inventado ainda, é uma nação ou país
incompleto, não-terminado, talvez se situando longe demais da melhor posição.
Afinal de contas, as páginas policiais mostram a incompetência das lideranças.
Não é senão porisso mesmo que o povo gosta de lê-las.
Vitória,
sexta-feira, 24 de junho de 2005.
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