segunda-feira, 9 de outubro de 2017


Denúncia dos Choques e a Invenção do Brasil

 

                            Seria interessante fazer um levantamento na mídia (TV, Revista, Jornal, Livro/Editoria, Rádio e Internet) de todo o mundo, em particular nos jornais, classificando a estes como se faz com as nações como jornais de primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto mundos. De que tamanho são as seções deles naquilo que coincidem (política, nação, esportes, policial, etc.)? Por exemplo, comparativamente, de que tamanho são as seções policiais que contam as desgraças nacionais?

                            As páginas policiais dos jornais denunciam os choques entre PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas), mas imperfeitamente, porque as guerras empresariais vazam para outras seções (digamos, economia). Quantos choques ocorrem? Deveríamos também contar os choques entre AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo). Deveríamos fazer estudo psicológico (das figuras ou psicanálises, dos objetivos ou psico-sínteses, das produções ou economias, das organizações ou sociologias e dos espaçotempos ou geo-histórias) completo dos conflitos de todo tipo, pois esses choques denunciam os conjuntos. E a ausência deles mostra que os conjuntos estão chegando a certo entendimento homogêneo. Por exemplo, no Japão – onde 93 % se declaram de classe média – há poucos choques desses tipos que no terceiro mundo presenciamos quotidianamente. A presença de tantos choques por aqui denuncia (no Espírito Santo quatro das cinco cidades da região metropolitana da Grande Vitória estão na lista das 20 mais violentas do mundo – em particular a Serra ocupa o primeiro lugar) políticas erradas, visões erradas de mundo. Tal presença é uma clamorosa denúncia da impropriedade do controle geral pelos governantes do Executivo, pelos políticos do Legislativo e pelos juízes do Judiciário, para não falar pelos empresários.

                            Esses choques denunciam que o Brasil não foi inventado ainda, é uma nação ou país incompleto, não-terminado, talvez se situando longe demais da melhor posição. Afinal de contas, as páginas policiais mostram a incompetência das lideranças. Não é senão porisso mesmo que o povo gosta de lê-las.

                            Vitória, sexta-feira, 24 de junho de 2005.

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