Embelezamento
da Caverna
Olhando-se as
cavernas de agora despojadas e nuas com estalagmites e estalactites crescendo,
devastadas pelo tempo e as intempéries não podemos imaginar as riquezas que o
Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens sugere tivessem tido elas. Pois
as mulheres (fêmeas e pseudomachos) viviam nas redondezas com 80 a 90 % de
todos; e, dentro delas, ficavam quase todos quase todo o tempo, de modo que
desde o início por cinco a dez milhões de anos, mas com muito maior certeza
pelos lados do fim há uns 10 mil anos elas deviam ser belíssimas figuras, muito
mais espantosas do que nossas casas atuais, porque era lugar de convivência de
dezenas ou centenas nas menores até milhares nas maiores. E é disso que
sentimos saudade inextinguível.
De fato, começo a pensar que os
seres humanos foram felizes lá dentro e que por lá ocorriam grandes festas com
as quais mesmo as maiores dos apartamentos dos super-ricos de hoje não poderiam
rivalizar ou concorrer (não se falando dos produtos de agora, claro) em
bom-humor, risos, gracejos, deslumbramento. Repetindo, estou convencido de que
os seres humanos foram felizes lá. Primeiro, deviam ser intensamente pintadas,
coloridas diariamente com flores e frutos renovados, coberto o chão de folhas
novas e secas para as crianças. Segundo, era muita gente (longe da
supervigilância muito séria dos guerreiros). Não era de modo algum isso que é
mostrado ou apresentado hoje. Deviam as cavernas ser constantemente
embelezadas, supridas de cores e cheiros todo dia, admitida toda luz que podiam
- sem perigo - fazer entrar, com muitos animais pulando, com todo tipo de
brincadeiras.
Só
pelo lado do fim elas se tornaram trastes, porque foram abandonadas e ficaram
para os “pobres”, aqueles que foram finalmente inventados pelo início da
civilização, aqueles que não podiam ter as pós-cavernas e as casas artificiais
das pré-cidades e voltavam às cavernas abandonadas para pilhá-las do que não
tinha sido levado embora.
Tanto
dentro quanto em suas bocas de entrada ou admissão as cavernas deviam ser algo
de apoteótico mesmo, um êxtase para quem chegava.
Os
cineastas vão precisar mudar os filmes completamente.
Vitória,
terça-feira, 05 de julho de 2005.
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