A
Paz da Caverna e o Burburinho Quando Eles Chegavam
A CHEGADA DELES E A CAVERNA REPRESENTADA

Eles ficavam muito tempo fora (mínimo de dias, máximo de
meses), iam 10 a 20 % de todos, muitos morriam, traziam a chamada “grande
proteína” e as novidades do mundo (bijuterias, notícias espantosas,
preciosidades nunca vistas), uma quantidade inacreditável de mimos
(particularmente destinados a ganhar as graças das mulheres).
A
FELICIDADE DE CADA UM
Ø Para as
crianças mais novas o afago rude dos pais e tios;
Ø Para os
garotos mais velhos a admiração pelos guerreiros;
Ø Para as mães
dos guerreiros as histórias de coragem de cada um (o coração delas enchia-se de
gratidão por terem dado à luz criaturas tão valentes e destacadas);
Ø Para os
velhos guerreiros a recuperação do passado de glórias nas verdades e nos
exageros tolerados dos mais novos (eles próprios tinham mentido antes);
Ø Para os
aleijados e os deficientes (físicos e mentais) o que eles nunca poderiam fazer;
Ø Para as
jovens fêmeas, as mulheres em período de testes, as primeiras transas;
Ø Para as
velhas fêmeas novas barrigas lustrosas de gravidezes (que eram mais prezadas
que tudo);
Ø Para a mãe
dominante a conversa com o pai de todos;
Ø Para os
anãos e as anãs a visão dos gigantes (nenhum anão ia para a guerra de caça ou
de predação);
Ø Para os
guerreiros em processo de cura a chance de largar o time das mulheres e ir
novamente com o grupo de caça;
Ø E assim por diante.
Para todos e
cada um era O ACONTECIMENTO, a festa mais almejada. Então a vida contida
supercontrolada pelas mulheres e mães explodia em gozos e em excessos, pois a
volta dos homens sempre simbolizada a liberdade que as fêmeas não podiam se atrever
a proporcionar. Os espíritos rejubilavam e se expandiam dessa única vez. O
resto do tempo era de contenção e sacrifícios, até porque as mães guardavam uma
parte das comidas coletadas para essa volta. Quando eles chegavam era um
burburinho tremendo, formidável buchicho, arrepios percorrendo a todos. As
mulheres e as mães podiam encher os vasos, os homens podiam gozar com elas,
tudo era alegria.
Ao contrário
do que se vem mostrando a vida na Caverna geral era alegre, festiva, não era
nem de longe essa pobreza que ficou configurada nas palavras depreciativas tipo
“cavernícola” e, pior ainda, “troglodita”. Pelo contrário, eram mais felizes
que nós. E nunca, jamais os homens espancavam as mulheres ou as crianças, o que
surgiu apenas com a civilização.
Vitória,
sexta-feira, 22 de julho de 2005.
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