Prisioneiros de
Milhões de Anos
A HUMANIDADE PRISIONEIRA
·
Das
preferências primatas por 90 milhões de anos (até o aparecimento dos
hominídeos), que formaram as duas primeiras pessoas, indivíduos e famílias;
·
Dos
desejos hominídeos por 10 milhões de anos (até o surgimento dos neandertais
EMAY – da Eva Mitocondrial e do Adão Y), que deram origem às duas últimas
pessoas, grupos e empresas;
·
Das
vontades dos neandertais de 200 a 80 ou 70 mil anos atrás, quando apareceram os
cro-magnons;
·
Destes
até o início da civilização há 10 mil anos;
·
Dali
até a presente data passando por inúmeras vicissitudes avacalhadoras,
desmoralizantes.
O que pode ter advindo de bom disso?
Como vimos repetidamente, os seres
humanos não descendem de idiotas, como vem sendo posto. A vida psicológica
antiga era espertíssima e tinha muita coisa boa, porque a soma é zero,
necessariamente. Se havia um lado que para nós soa atrasado, de fato não era, e
muitas perversões que comportamos vem de nossas escolhas mais recentes, porque
a vida civilizada proporcionou um punhado de desvios de caráter e acentuou
outros, com sua superoferta de possibilidades e vantagens. Isso precisa ser
mais bem estudado. Não se trata de nostalgia, de supervalorizar o passado,
depois de termos levado tantas gerações enxovalhando-o. Não é aquela coisa do
“bom selvagem”, de modo algum.
Nossas atitudes erradas, porém, não
vieram só de lá, nem primordialmente, pelo contrário, individualmente eles eram
melhores que nós, até porque a vida era muito dura. Se a existência atual reafirma
e dilata o que de ruim nos legaram, também esqueceu o que de bom fizeram.
Assim, se somos prisioneiros, somos escravos mais das eras recentes do que
daqueles tempos vilipendiados ou desprezados d’antanho.
E é isso que precisa ser revisto.
Vitória, domingo, 05 de dezembro de
2004.
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