sexta-feira, 11 de agosto de 2017


Prisioneiros de Milhões de Anos

 

                            A HUMANIDADE PRISIONEIRA

·       Das preferências primatas por 90 milhões de anos (até o aparecimento dos hominídeos), que formaram as duas primeiras pessoas, indivíduos e famílias;

·       Dos desejos hominídeos por 10 milhões de anos (até o surgimento dos neandertais EMAY – da Eva Mitocondrial e do Adão Y), que deram origem às duas últimas pessoas, grupos e empresas;

·       Das vontades dos neandertais de 200 a 80 ou 70 mil anos atrás, quando apareceram os cro-magnons;

·       Destes até o início da civilização há 10 mil anos;

·       Dali até a presente data passando por inúmeras vicissitudes avacalhadoras, desmoralizantes.

O que pode ter advindo de bom disso?

Como vimos repetidamente, os seres humanos não descendem de idiotas, como vem sendo posto. A vida psicológica antiga era espertíssima e tinha muita coisa boa, porque a soma é zero, necessariamente. Se havia um lado que para nós soa atrasado, de fato não era, e muitas perversões que comportamos vem de nossas escolhas mais recentes, porque a vida civilizada proporcionou um punhado de desvios de caráter e acentuou outros, com sua superoferta de possibilidades e vantagens. Isso precisa ser mais bem estudado. Não se trata de nostalgia, de supervalorizar o passado, depois de termos levado tantas gerações enxovalhando-o. Não é aquela coisa do “bom selvagem”, de modo algum.

Nossas atitudes erradas, porém, não vieram só de lá, nem primordialmente, pelo contrário, individualmente eles eram melhores que nós, até porque a vida era muito dura. Se a existência atual reafirma e dilata o que de ruim nos legaram, também esqueceu o que de bom fizeram. Assim, se somos prisioneiros, somos escravos mais das eras recentes do que daqueles tempos vilipendiados ou desprezados d’antanho.

E é isso que precisa ser revisto.

Vitória, domingo, 05 de dezembro de 2004.

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