Prédios com Luz e com
Luz Sem Calor
Na UFES
(Universidade Federal do Espírito Santo) os prédios IC (Ilha do Cercado), IC1 a
IC4, são todos paralelepípedos compridos com a face maior apoiada no chão, como
caixas de sapatos. Olhando da face menor que daria para a Avenida Fernando
Ferrari veríamos em transparência os corredores no centro, tanto no andar de
baixo quanto no de cima; as salas de aula ficam à esquerda, enquanto as salas
dos professores, menores, ficam à direita. Nestas há ainda persianas permanentes
de telha, que ocultam ainda mais a luz. Nos corredores sem energia e sem
lâmpadas só com muita dificuldade se enxergaria qualquer coisa, mesmo em dia de
Sol claro, de modo que em todas as salas, tanto de aula quanto as de
professores, bem como nos corredores as luzes estão sempre acesas.
Ora, fosse em tempo
de poupança ou não, pelo centro deveria de cima a baixo correr uma abertura, no
teto coberta com telhas translúcidas, que levasse luz natural pelo primeiro
andar de cima até o primeiro andar de baixo. Suponho que haveria um buraco no
teto e no segundo andar, com corrimãos, de modo a permitir a passagem da luz.
Nas salas de aula o
Sol-luz incide, como deveria, e também o sol-calor, incomodando os alunos, que
devem ficam mudando as cadeiras e fazendo barulho. Teria sido mais proveitoso
instalar espelhos que evitassem o calor, sendo bloqueados refratariamente a ele,
mas conduzissem a luz para o teto e dali para a sala inteira. Isso é, sempre é
possível colocar barreiras isolantes do calor, que ao mesmo tempo sejam
espelhares por fora e conduzam a luz a superfícies dispersantes no teto, daí
espalhando-se na sala.
Por quê ninguém
pensa nessas coisas, tão fáceis? É o espírito de superconsumo e o desleixo com
a coisa pública, a res-publica. Quanto é que se sobregasta em Vitória, no
Espírito Santo, no Brasil e no mundo com tal descaso? Alguém deveria avaliar.
Vitória,
quinta-feira, 25 de novembro de 2004.
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