O Investigador como
Métrica Psicológica e os Métodos do Conhecimento como Construtores de Métricas
Evidentemente há um
funil no Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática), com esta no vértice, abrindo-se o funil daqui
para lá, cada modo tendo sua métrica ou modelo, mesmo que não evidenciado
terminalmente, como ocorre na Ciência/Técnica (seu método foi inventado pela
Filosofia, jamais tendo sido estudado enquanto ciência). Estabelecer métrica é
criar um MODELO DE COMPORTAMENTO que deve ser seguido dentro dos
limitantes-do-modo, no caso do método científico limitantes-da-ciência, os
condicionantes paradigmáticos.
Evidentemente os
pesquisadores e aqueles a quem eles servem (no capitalismo temos MODELOS ou
MÉTRICAS CAPITALISTAS de investigação, que por vezes nem são sentidas como tais
pelos mais enfronhados no domínio de classe ou aqueles que, mesmo sabendo, mas
desejando acima de tudo o prazer da descoberta, desconsideram o serviço de
classe) querem o pesquisador mais atento, mais grudado, mais conectado aos
elementos de pesquisa & desenvolvimento, permitindo-se nenhuma ou pouca variação
das vontades humanas; então impõe as circunstâncias, digamos o método derivado
de Bacon e Galileu, isso que veio se miscigenando, se mesclando até chegar ao
que é hoje, sendo conhecido e chamado (único) “método científico”.
A
SUPRESSÃO DAS VARIAÇÕES DAS DIMENSÕES INÚTEIS DO INVESTIGADOR
1. Supressão das alterações das figuras
ou psicanálises (jalecos brancos, ternos, tudo metrificado, gestos comportados
e não heterodoxos);
2. Eliminação das mudanças dos objetivos
ou psico-sínteses (muita variação das vontades é desestimulada; cientistas e
técnicos fixados nas metas empresariais, governamentais, institucionais são
favorecidos nos pleitos de verbas, e premiados; mas como nada substitui o
talento alguns esquisitos, extravagantes ou excêntricos devem ser suportados);
3. Banimento das produções ou economias
próprias (por exemplo, empreendedorismo no seio da tecnociência é visto como
perigo imediato, porque desvia das metas traçadas de fora, pela instituição ou
academia; daí o regime de “dedicação exclusiva”, que o capitalista jamais
suportaria para si mesmo – ele quer liberdade de fazer);
4. Enxotamento das organizações ou
sociologias divergentes, porque poderia começar a fazer perguntas. Apenas
associações idiotas serão toleradas, tudo de mais sério sendo desestimulado ou
francamente proibido;
5. Proscrição dos espaçotempos distintos,
outras linhas de assunção geo-histórica.
Em resumo, o investigador deve ser um
vetor unitário precisamente definido e comportado para circular com ampla
liberdade nos espaços das dotações orçamentárias. Quanto mais próximo estiver
das determinações mais festejado será, desde que produza, claro, porque o
Capitalismo geral precisa avançar em produçãorganização (especialmente de fundo
tecnocientífico) e em descobrimentos e domínio do coletivo. Assim, os métodos
dos conhecimentos em todo par ou patamar tende a replicar AQUILO QUE É
ESPERADO. Não há tendência de mudar o método T/C de filosófico (foi elaborado
por Bacon, filósofo, e Galileu, cientista, quando nem existia o nome, chamavam-se
“filósofos naturais”; mas ambos podem ser contados como filósofos, nesse
particular) para realmente científico, quer dizer, pesquisado & desenvolvido
teórico & praticamente PARA SER CIENTÍFICO. As perguntas não são
aprofundadas porque não podem ser aprofundadas. SE a ciência criasse um método
realmente científico a questão da padronização seria evidenciada.
Assim, os métodos do conhecimento, em
particular o método científico, são padronizadores, compactadores da
personalidade.
Vitória, domingo, 28 de novembro de
2004.
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