quinta-feira, 10 de agosto de 2017


O Investigador como Métrica Psicológica e os Métodos do Conhecimento como Construtores de Métricas

 

                            Evidentemente há um funil no Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), com esta no vértice, abrindo-se o funil daqui para lá, cada modo tendo sua métrica ou modelo, mesmo que não evidenciado terminalmente, como ocorre na Ciência/Técnica (seu método foi inventado pela Filosofia, jamais tendo sido estudado enquanto ciência). Estabelecer métrica é criar um MODELO DE COMPORTAMENTO que deve ser seguido dentro dos limitantes-do-modo, no caso do método científico limitantes-da-ciência, os condicionantes paradigmáticos.

                            Evidentemente os pesquisadores e aqueles a quem eles servem (no capitalismo temos MODELOS ou MÉTRICAS CAPITALISTAS de investigação, que por vezes nem são sentidas como tais pelos mais enfronhados no domínio de classe ou aqueles que, mesmo sabendo, mas desejando acima de tudo o prazer da descoberta, desconsideram o serviço de classe) querem o pesquisador mais atento, mais grudado, mais conectado aos elementos de pesquisa & desenvolvimento, permitindo-se nenhuma ou pouca variação das vontades humanas; então impõe as circunstâncias, digamos o método derivado de Bacon e Galileu, isso que veio se miscigenando, se mesclando até chegar ao que é hoje, sendo conhecido e chamado (único) “método científico”.

A SUPRESSÃO DAS VARIAÇÕES DAS DIMENSÕES INÚTEIS DO INVESTIGADOR

1.       Supressão das alterações das figuras ou psicanálises (jalecos brancos, ternos, tudo metrificado, gestos comportados e não heterodoxos);

2.       Eliminação das mudanças dos objetivos ou psico-sínteses (muita variação das vontades é desestimulada; cientistas e técnicos fixados nas metas empresariais, governamentais, institucionais são favorecidos nos pleitos de verbas, e premiados; mas como nada substitui o talento alguns esquisitos, extravagantes ou excêntricos devem ser suportados);

3.      Banimento das produções ou economias próprias (por exemplo, empreendedorismo no seio da tecnociência é visto como perigo imediato, porque desvia das metas traçadas de fora, pela instituição ou academia; daí o regime de “dedicação exclusiva”, que o capitalista jamais suportaria para si mesmo – ele quer liberdade de fazer);

4.      Enxotamento das organizações ou sociologias divergentes, porque poderia começar a fazer perguntas. Apenas associações idiotas serão toleradas, tudo de mais sério sendo desestimulado ou francamente proibido;

5.      Proscrição dos espaçotempos distintos, outras linhas de assunção geo-histórica.

Em resumo, o investigador deve ser um vetor unitário precisamente definido e comportado para circular com ampla liberdade nos espaços das dotações orçamentárias. Quanto mais próximo estiver das determinações mais festejado será, desde que produza, claro, porque o Capitalismo geral precisa avançar em produçãorganização (especialmente de fundo tecnocientífico) e em descobrimentos e domínio do coletivo. Assim, os métodos dos conhecimentos em todo par ou patamar tende a replicar AQUILO QUE É ESPERADO. Não há tendência de mudar o método T/C de filosófico (foi elaborado por Bacon, filósofo, e Galileu, cientista, quando nem existia o nome, chamavam-se “filósofos naturais”; mas ambos podem ser contados como filósofos, nesse particular) para realmente científico, quer dizer, pesquisado & desenvolvido teórico & praticamente PARA SER CIENTÍFICO. As perguntas não são aprofundadas porque não podem ser aprofundadas. SE a ciência criasse um método realmente científico a questão da padronização seria evidenciada.

Assim, os métodos do conhecimento, em particular o método científico, são padronizadores, compactadores da personalidade.

Vitória, domingo, 28 de novembro de 2004.

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