Europa Capital
O fim da URSS em
1991 trouxe uma novidade extraordinária: desde 1945 a bipolarização EUA-URSS na
realidade tinha criado um centro, o pavor nuclear (bombas A, H, de nêutrons,
superbomba, uma quantidade incrível de variações), que ficava entre as duas
superpotências, todos sendo satélites desse centro, em particular de um dos
pólos, do primeiro ou da segunda, quisessem ou não (os “países não-alinhados”
não passaram de um charmoso blefe infantil e debilóide).
Pelos 13 anos
seguintes, até agora, a Europa dos 12 virou dos 15, dos 25 e daqui para frente caminha
para incorporar cada vez mais países do Leste (todos os da ex-URSS e seus
satélites, em graus diferentes de dificuldade, uns demorando mais que outros; e
até os países do colegiado árabe, além da África como protetorado espontâneo
que voltará ao poder europeu de boa-vontade). Enfim, a Europa crescerá nos
próximos 30 ou 50 anos, absorvendo tudo e todos, menos China e Japão, e as
Américas.
Criaram-se assim
três superpólos: a) Europa e satélites; b) China e satélites; c) EUA e
satélites. O que acontece de notável é a Europa estar se tornando um superpolo
bastante extraordinário.
AS CAPITAIS NOTÁVEIS DA EUROPA (só as grandes)
1. Roma;
2. Londres;
3. Paris;
4. Madri/Barcelona;
5. Berlin;
6. Viena;
7. Moscou (e mais duas dúzias de
pequenas). É como se o Brasil tivesse 10 São Paulo – na realidade, tem, mas só
no tamanho daquelas, não na importância e celebridade.
Em resumo, quando essas cidades
começarem a interagir será interessantíssimo, porque formarão um EIXO DE
AMIZADES dos que foram inimigos por três mil anos. Como a dialética diz, a
armação da mola dialética juntou muita energia nesse processo, porisso podemos
facilmente prever que a CULTURA OU NAÇÃO OU POVELITE EUROPEU despontará como um
brilho planetário de tremenda excelência e pujança. Ora, isso magoará os EUA de
um modo que poucos poderiam prever, pois deveríamos esperar que fosse isso
mesmo o pretendido. Acontece que há o ciúme, já começando a despontar.
Vitória, segunda-feira, 20 de dezembro
de 2004.
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