domingo, 13 de agosto de 2017


Centro de Convivência e Nacionalidade

 

                            Os estrangeiros dizem “fiabilidade”, qualidade do que é fiável (no Houaiss digital: adjetivo de dois gêneros. Que ou em que se pode 1fiar). Fiabilidade não existe no HD, mas confiabilidade sim (substantivo feminino. 1 qualidade do que é confiável; fiabilidade. 2, Rubrica: eletrônica. Grau de fidelidade de uma informação em relação ao original (p.ex., na gravação de fitas ou discos magnéticos) 3, Rubrica: informática, telecomunicações. Capacidade de uma unidade funcional desempenhar, sem falhas ou avarias, dada tarefa sob certas condições e dentro de um período determinado. 3.1, parâmetro com que se mede essa probabilidade) e na definição dessa palavra é usada FIABILIDADE. Nós brasileiros usamos confiabilidade, que é relativa ao coletivo: o que se pede é concernente ou relacionado ao conjunto e não à partícula, quer dizer, perguntamos se é con-fiável, fiável junto, podendo ser afiançado por mais que um. É uma importante distinção. Na UFES – baseada desde 1972 no conceito EXPORTADO americano de particularização (inclusive com o sistema de créditos educacionais, que lá funciona porque as bases são outras, mas aqui não) – criaram um CENTRO DE VIVÊNCIA, mas não de convivência, quer dizer, as pessoas podem viver no CV/UFES, mas não con-viver (CONVIVER NO HD: Verbo transitivo indireto e intransitivo. 1 viver em proximidade; ter convivência. Ex.:<o antropólogo conviveu com várias tribos> <a família convive num sala-e-quarto> transitivo indireto e intransitivo 2    ter relações cordiais; dar-se bem Ex.: <no trabalho, convive com todos igualmente> <as duas nações convivem pacificamente   > transitivo indireto 3 adaptar-se, habituar-se a condições extrínsecas (físicas, culturais etc.) Ex.: <aprendeu a c. com a doença> <é difícil c. com a inflação>  transitivo indireto e intransitivo 4 compartilhar do mesmo espaço; coexistir Ex.: <na estufa, orquídeas raras convivem com delicadas avencas> <decoração em que o antigo e o moderno convivem em harmonia>), estabelecer laços. Ligações são proibidas e suspeitas, por conta daquele instante de des-confiança que os militares estavam vivendo como doutrina (ou supressão da racionalidade interna; confiança no pensamento alheio, que substitui o pensamento do alienado).

                            Sem convivência e a confiança ou intimidade que ela estabelece não é possível formar as bases de BOA NACIONALIDADE: nem boa, nem nacionalidade. Pois este era justamente o serviço esperado. Assim, não há centros na UFES, círculos-com-convergência, indicação de ponto onde se dê a combinação dos raios em oposição. Os raios são estimulados a continuar em oposição Tais centros poderiam fazer nascer pensamentos comuns contra a opressão interna e externa e isso não era bem-vindo. Assim, não foram criados CENTROS FEDERAIS, embora os haja nas escolas particulares (que, afinal de contas, não importam, porque não pregam a liberdade, pelo contrário).

                            Vitória, terça-feira, 14 de dezembro de 2004.

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