domingo, 13 de agosto de 2017


A Guerra do Brasil

 

                            UM QUADRO DA GEO-HISTÓRIA

HISTÓRIA
GEOGRAFIA
Jornalismo (história baixa)
Cartografia (geografia baixa)
Mentira
Não-mentira
Passado
Presente
Paz
Guerra
Tempo
Espaço

A geografia não é propriamente verdade, exceto para o Um, Eli (Natureza/Deus, Ela/Ele), que sendo onisciente pode tudo ver EXATAMENTE, ao passo que para todo racional alguma confusão vai persistir, mesmo a respeito de si. A história é, CERTAMENTE, mentira, não pode ser verdadeira PORQUE não podendo sequer alcançar o presente onde todas as informações se dão no horizonte de simultaneidades também não podemos alcançar o passado – com muito mais certeza.

Que o passado seja o lugar da paz poderia ser julgado mais difícil de ver, mas não é, porquanto não se trava guerra no passado, só no presente, pois a guerra ESTÁ SE FAZENDO. É a paz algo sobre o que mentimos, as guerras que são esquecidas, ficando a nostalgia, como se tivesse havido paz (houve, em metade do espaço).

Presente é o tempo que vai se esgotando, passado é o espaço que vai se consumindo; porisso PRESERVAR O PASSADO é preservar suas geografias, seus espaços, suas cartografias que, todavia, vão se esgotando, vão sumindo, vão arrefecendo ou esfriando, vão se exaurindo.

Então, o Brasil ESTÁ em guerra, como cada país está. Como é um país de terceiro mundo trava terceiras-guerras, que não são de jeito nenhum as primeiras-guerras, como as dos EUA, da Europa, do Japão. Destarte, sendo as suas terceiras-psicologias possui o Brasil terceiras-psicanálises ou terceiras-figuras, terceiros-objetivos ou terceiras-psico-sínteses, terceiras-produções ou terceiras-economias, terceiras-organizações ou terceiras-sociologias, terceiros-espaçotempos ou terceiros-geo-histórias. São terceiras-guerras. Nada é muito agudo, nada é muito intenso, nada é muito profundo, nada é muito alto.

Assim sendo, começar uma Revista de Geo-História no Brasil, em particular uma Revista de Geografia não pode ser contar primeiras-geografias ou primeiras-razões ou primeiras-emoções. Não pode ser descrever o agoraqui do modo MAIS VIVO, mais claro, mais aberto, mais acalorado, mais animado, mais vibrante. De modo algum. É tudo muito baço, muito esmaecido, muito descorado, muito desfalecido.

Contudo, mesmo num lugar assim pode-se fazer muito.

Pode-se revelar a violenta agressividade subjacente na aparente calma; como, agoraqui, se travam GUERRAS DELEGADAS, guerras de segunda e terceira ordem, guerras por encomenda de outros. Pode-se contar as guerras pequenas daqui e pode-se contar como as guerras grandes são trazidas de fora e são vividas aqui por transferência d’acolá, de lá longe, donde vem. Guerras que vem dos EUA, da Europa, do Japão e são travadas aqui devido a essas encomendas.

A Guerra do Brasil, ou a Geografia do Brasil, sendo de terceira, é guerra-comissariada, vivida aqui pela terceira-esquerdireita em nome da primeira-esquerdireita, e pelo terceiro-povelite brasileiro por favor-desfavor dos primeiros-povelites.

Vitória, sábado, 11 de dezembro de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário