A Guerra do Brasil
UM QUADRO DA GEO-HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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GEOGRAFIA
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Jornalismo (história baixa)
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Cartografia (geografia baixa)
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Mentira
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Não-mentira
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Passado
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Presente
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Paz
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Guerra
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Tempo
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Espaço
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A geografia não é propriamente
verdade, exceto para o Um, Eli (Natureza/Deus, Ela/Ele), que sendo onisciente
pode tudo ver EXATAMENTE, ao passo que para todo racional alguma confusão vai
persistir, mesmo a respeito de si. A história é, CERTAMENTE, mentira, não pode
ser verdadeira PORQUE não podendo sequer alcançar o presente onde todas as
informações se dão no horizonte de simultaneidades também não podemos alcançar
o passado – com muito mais certeza.
Que o passado seja o lugar da paz poderia
ser julgado mais difícil de ver, mas não é, porquanto não se trava guerra no passado,
só no presente, pois a guerra ESTÁ SE FAZENDO. É a paz algo sobre o que
mentimos, as guerras que são esquecidas, ficando a nostalgia, como se tivesse
havido paz (houve, em metade do espaço).
Presente é o tempo que vai se
esgotando, passado é o espaço que vai se consumindo; porisso PRESERVAR O
PASSADO é preservar suas geografias, seus espaços, suas cartografias que,
todavia, vão se esgotando, vão sumindo, vão arrefecendo ou esfriando, vão se exaurindo.
Então, o Brasil ESTÁ em guerra, como
cada país está. Como é um país de terceiro mundo trava terceiras-guerras, que não
são de jeito nenhum as primeiras-guerras, como as dos EUA, da Europa, do Japão.
Destarte, sendo as suas terceiras-psicologias possui o Brasil terceiras-psicanálises
ou terceiras-figuras, terceiros-objetivos ou terceiras-psico-sínteses,
terceiras-produções ou terceiras-economias, terceiras-organizações ou
terceiras-sociologias, terceiros-espaçotempos ou terceiros-geo-histórias. São
terceiras-guerras. Nada é muito agudo, nada é muito intenso, nada é muito
profundo, nada é muito alto.
Assim sendo, começar uma Revista de
Geo-História no Brasil, em particular uma Revista de Geografia não pode ser
contar primeiras-geografias ou primeiras-razões ou primeiras-emoções. Não pode
ser descrever o agoraqui do modo MAIS VIVO, mais claro, mais aberto, mais
acalorado, mais animado, mais vibrante. De modo algum. É tudo muito baço, muito
esmaecido, muito descorado, muito desfalecido.
Contudo, mesmo num lugar assim pode-se
fazer muito.
Pode-se revelar a violenta
agressividade subjacente na aparente calma; como, agoraqui, se travam GUERRAS
DELEGADAS, guerras de segunda e terceira ordem, guerras por encomenda de
outros. Pode-se contar as guerras pequenas daqui e pode-se contar como as
guerras grandes são trazidas de fora e são vividas aqui por transferência
d’acolá, de lá longe, donde vem. Guerras que vem dos EUA, da Europa, do Japão e
são travadas aqui devido a essas encomendas.
A Guerra do Brasil, ou a Geografia do
Brasil, sendo de terceira, é guerra-comissariada, vivida aqui pela
terceira-esquerdireita em nome da primeira-esquerdireita, e pelo
terceiro-povelite brasileiro por favor-desfavor dos primeiros-povelites.
Vitória, sábado, 11 de dezembro de
2004.
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