A Descoberta de
Milhares de Esqueletos
Como está posto
neste Livro 104 nos artigos O Páleo-Rio
Doce e O Pantanal Mato-grossense de
Linhares, naquele município e nos vizinhos, de Aracruz a São Mateus, já
houve uma imensa (para nós, pois a Juparanã, a maior que temos deve chegar aos
70 km2) lagoa de DOIS MIL km2 ou mais.
A SEQUÊNCIA DO LAGOÃO
1. Mar (durante toda a Glaciação de
Wisconsin, quando o nível do mar baixou 160 metros);
2. Lagoa (quando a linha atual de costa
foi criada há 10 mil anos atrás);
3. Pântano (não sei por quanto tempo) com
muitas lagoas pequenas. A Suruaca era o pantanal residual de nossos tempos;
4. Floresta luxuriante (quando chegamos a
Linhares em 1963 ainda era, a floresta amazônica do Sudeste);
5. Atual planície gramada; PASSADO
6. Área desertificada em algumas décadas;
FUTURO
7. Futuro deserto.
Deve ter sido lindíssimo na época dos
milhares de lagoas rasas e do pântano vivíssimo a perder de vista – muito
melhor que a Amazônica, porque eram terras baixas. Naturalmente, onde há água
há peixes, há vida terrestre nas bordas e desde a chegada dos sapiens de 15 e
12 mil anos atrás indígenas que nadavam, que pescavam, que morriam e eram
enterrados nos fundos lodosos, em condições propícias, sendo cobertos pelas
aluviões, depois pela areia, finalmente pela mata que cobriu tudo rapidamente
(digamos, metade de 10 mil anos, desde três mil anos antes de Cristo).
Assim, lá devem estar milhares de
esqueletos a descobrir. Cabe aos futuros pesquisadores desenterrar esse
superachado das décadas vindouras, material para centenas e milhares de
diligentes buscadores. Quem procura acha, quem procura com afinco acha muito.
Vai ser preciso construir um museu enorme só para esses ossos. Espero que o
governo estadual ajude, a UFES também e o governo federal mais ainda, tanto com
gente e recursos financeiros e organizacionais, quanto com divulgação, porque o
estado do ES precisa disso.
Vitória, segunda-feira, 20 de dezembro
de 2004.
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