terça-feira, 4 de abril de 2017


As Mulheres e o Lixo

 

                            Pense nas mulheres coletoras do Modelo das Cavernas: elas ficavam ano após ano dentro delas, sem espraiar suas consciências no amplo mundo como os homens; ficando ali, em cavernas de volumes determinados e fixos, elas deviam sufocar. Então sair era prioridade, mas o medo das feras e dos predadores era grande nelas, e delas POR SUA DESCENDÊNCIA ou permanência.

                            Tudo que atacava o grupo sacrossanto das mulheres era visto COLETIVAMENTE como inimigo, incluído aí o lixo ou os dejetos, de modo que a limpeza das cavernas deve ter se tornado uma obsessão muito grave, muito aguda, inclusive em alguns casos (que os psicólogos podem identificar) uma doença mental crônica. Acho que tinha lugar para tudo: para os fungos colhidos, para as plantas (folhas, cascas, madeira, raízes, grãos, tudo), para os pequenos animais mortos (incluindo insetos e germes), para subprodutos, como leite e mel, e assim por diante. Lugar para mijar e para cagar, para transar e para ter filhos, tudo determinadinho. Acho que foram as mulheres que inventaram a posição papai-e-mamãe, porque isso expõe o homem e salva a mulher, em caso de ataque por fera, ao passo que por trás salva a mulher que está em baixo, mas ela não fica sabendo do ataque. Não faz sentido os homens caçadores cuidarem de onde colocar restos, onde urinar, onde defecar, onde cuspir, se alguém está incomodado com os arrotos e os peidos, qualquer odor corporal, porque tudo isso vai ser levado pelo vento; e, de qualquer forma, quanto tempo iria demorar até que eles voltassem alí?

                            Agora, pense na transposição: se as mulheres tinham aquele espaço pequeno que cuidar, deviam cuidar dele com extremo zelo. Quem de nós joga alguma coisa dentro de casa? Ao passo que pela janela da casa ou do ônibus ou do carro, sim, MAS NUNCA NO ESPÁÇO INTERNO exatamente porque as mulheres estavam eternamente vigiando. Ora, se é assim, quem pode cuidar melhor dos departamentos de lixo, de água e esgoto, de dejetos em geral senão elas? Quem pode orientar sobre a varrição de ruas, sobre a arrumação de coisas, sobre os cuidados de um mundo que está se tornando mais e mais INTERNO (já não existe “lá fora” em nossos dias). Então cabe entregar a elas tais departamentos, a nível municipal/urbano, estadual, nacional e mundial.

                            E quanto mais cuidadosas e inflexíveis sejam com a limpeza (o que pode ser pesquisado) mais elas servirão para os cargos, tanto de direção qunato de ponta, dos cuidados gerais com a purificação ambiental geral.

                            Vitória, segunda-feira, 17 de novembro de 2003.

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