O Rito Masculino de
Passagem
Se fosse
estatisticamente produzido excesso de homens que se recusassem a emprenhar as
mulheres, de modo a colocar em perigo a produção de filhos que ampliassem a
tribo, ela terminaria, e já vimos como, para as mulheres, era fundamental
alcançar o futuro, a quase qualquer custo, e que lhes interessava sobremaneira
OS MENINOS e não as meninas; o rito de passagem das meninas, a menstruação era,
com toda certeza e garantia, desprezado, visto como um incômodo a mais, a
introdução de genes competidores.
Assim, não só as
mães superprotegiam OS MENINOS como iam presenciar se ali estava garantidamente
um macho, o que deve ter persistido nas simbolizações até hoje, digamos as dos
judeus, bar mitzvah, o rito dos meninos judeus. Elas queriam estar seguras de
que o fornecimento de esperma estava afiançado. Garotos fracos não constituíam
boas notícias, de modo que acredito agora que os homens eram instados POR ELAS
a endurecer barbaramente os rituais, de modo a submeter os garotos a todo tipo
de vexame definidor, identificando-se e excluindo-se os pseudomachos (exceto os
poucos que deviam ficar nas cavernas, para as eventualidades), que eram mortos,
acho. Devia ser um desprestígio enorme, insuportável, para as mães, mais que
para os pais; penso que elas vigiavam o menor sinal de desvio de conduta e
reforçavam PESADAMENTE o lado masculino, hiperfavorecendo os meninos.
Porque não faz
sentido os homens recusarem trabalhadores, ajudantes na caça. Qualquer um
serve, desde que não se acovarde; com fome e com medo qualquer um é corajoso,
de modo que para os homens essa prova não vale. Mas homens que se recusam a
transar são desastrosos para o futuro feminino da tribo. Então, se foi assim,
esses pseudomachos desenvolveram um mimetismo sexual a mais, aprendendo a
fingir, tais traços sendo incorporados ao modo de ser de alguns homens, aqueles
que são ditos “enrustidos”, escondidos, dissimulados, que fingiam na prova de
passagem para sobreviver – ou de outro modo seriam sumariamente mortos. E aprendiam
desde a infância a fingir - uma vida vem triste.
Muito provavelmente
foram as mulheres a exigir dos garotos essas duríssimas avaliações,
demonstrações públicas de masculinidade, uma segurança dada a elas de que
haveria estoque de esperma.
Vitória, domingo, 04
de janeiro de 2004.
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