terça-feira, 25 de abril de 2017


Presépios de Parede

 

                            Fui ateu dos 18 aos 43, por 25 anos, depois deixei de ser, mas nunca fui religioso e espero nunca ser. No entanto, admito e gosto de ver a religiosidade, que é o empenho do racional - através da Fé (dos elementos ou modelos dela), crença sem prova e a mais preciosa das demonstrações - em compartilhar publicamente sua co-lig/ação, ato permanente de co-ligar com Deus.

                            E vejo quanto os religiosos são desorganizados na manifestação de seus gostos. Como tenho todo esse apreço pela religiosidade (nada tem de paradoxal, é explicação fácil, corriqueira), quero contribuir para a expressão desses sentimentos, chamando atenção para a colocação nas paredes das casas de painéis prontos representando o Nascimento de Cristo, ato central da cristandade, mais que o é a representação da Paixão, que foi prisão, que foi culminação daquilo que o padre chamou atenção, a troca de Jesus pela SARCS, em grego a carne podre da humanidade. Porque o Nascimento é depois da Queda a representação do primeiro toque por ELI = ABBA = ALÁ, Natureza/Deus, Ela/Ele no mundo da humanidade, prometendo transformá-lo e curar a distância inexcedível que as ambições de Samael, o Doze-Asas, da Serpente sua comandada e de Eva, que feriu Adão com sua cobiça desenfreada, criaram entre os racionais e ELI. Então, no Nascimento já está a promessa de curar, que vai terminar URGENTEMENTE (pois Cristo tentou negar a missão, suando sangue em revolta da promessa) no sangramento final.

                            Então, a Morte é culminação do desenho, ao passo que o Nascimento é o anúncio da promessa, e é ele, corretamente, que deve ser comemorado. Ora, os cristãos comemoram mal, até porque os governempresas infiéis não se centraram em ajudar e as empresas não ofereceram tais painéis, que podem assumir infinitas formas postuladas pelos tecnartistas e desenvolvidas ao longo do tempo sobre o mesmo tema, conforme sejam ofertados aos ricos, médios-altos, médios, pobres ou médios-baixos e miseráveis em todas as latitudes e longitudes, em todas as nações onde haja comemoração. Tais painéis podem ficar o ano todo pregados ou podem ser guardados atrás do guarda-roupas ou podem ser desmontados em módulos ou podem ser alugados, como for. Podem ser derramar pela sala, podem se compor com flores e plantas, podem se misturar com objetos – há muitas oportunidades.

                            Vitória, quinta-feira, 01 de janeiro de 2004.

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