Presépios de Parede
Fui ateu dos 18 aos
43, por 25 anos, depois deixei de ser, mas nunca fui religioso e espero nunca
ser. No entanto, admito e gosto de ver a religiosidade, que é o empenho do
racional - através da Fé (dos elementos ou modelos dela), crença sem prova e a
mais preciosa das demonstrações - em compartilhar publicamente sua co-lig/ação,
ato permanente de co-ligar com Deus.
E vejo quanto os
religiosos são desorganizados na manifestação de seus gostos. Como tenho todo
esse apreço pela religiosidade (nada tem de paradoxal, é explicação fácil,
corriqueira), quero contribuir para a expressão desses sentimentos, chamando
atenção para a colocação nas paredes das casas de painéis prontos representando
o Nascimento de Cristo, ato central da cristandade, mais que o é a
representação da Paixão, que foi prisão, que foi culminação daquilo que o padre
chamou atenção, a troca de Jesus pela SARCS, em grego a carne podre da
humanidade. Porque o Nascimento é depois da Queda a representação do primeiro
toque por ELI = ABBA = ALÁ, Natureza/Deus, Ela/Ele no mundo da humanidade,
prometendo transformá-lo e curar a distância inexcedível que as ambições de
Samael, o Doze-Asas, da Serpente sua comandada e de Eva, que feriu Adão com sua
cobiça desenfreada, criaram entre os racionais e ELI. Então, no Nascimento já
está a promessa de curar, que vai terminar URGENTEMENTE (pois Cristo tentou
negar a missão, suando sangue em revolta da promessa) no sangramento final.
Então, a Morte é
culminação do desenho, ao passo que o Nascimento é o anúncio da promessa, e é
ele, corretamente, que deve ser comemorado. Ora, os cristãos comemoram mal, até
porque os governempresas infiéis não se centraram em ajudar e as empresas não
ofereceram tais painéis, que podem assumir infinitas formas postuladas pelos
tecnartistas e desenvolvidas ao longo do tempo sobre o mesmo tema, conforme
sejam ofertados aos ricos, médios-altos, médios, pobres ou médios-baixos e
miseráveis em todas as latitudes e longitudes, em todas as nações onde haja
comemoração. Tais painéis podem ficar o ano todo pregados ou podem ser
guardados atrás do guarda-roupas ou podem ser desmontados em módulos ou podem
ser alugados, como for. Podem ser derramar pela sala, podem se compor com
flores e plantas, podem se misturar com objetos – há muitas oportunidades.
Vitória,
quinta-feira, 01 de janeiro de 2004.
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