sábado, 29 de abril de 2017


As Muitas Mentes Humanas

 

                            Já desenvolvi o tema sob o ponto de vista físico-espacial, quer dizer, da presença da mente total atual espalhada no corpo e há pelo menos oito seções, procure lá para trás. Agoraqui vamos ver sob a ótica temporal. Veja no Anexo dois artigos (Arcabouço Pré-Sapiens, Livro 55, e O Próximo Salto, Livro 54) que embasam a este.

                            O fator seguinte para trás seria (8,9 + 1,2 =) 10,1, que multiplicado por 9,4 milhões e somado a 10,7 milhões daria (10,1 x 9,4 + 10,7 =) = 105,6 milhões de anos, em tese o tempo de duração dos primatas, desde os primórdios do surgimento do primeiro espécime, modificado dos mamíferos.

                            Temos de Koestler a idéia dos três cérebros (mentes): 1) reptiliano, 2) mamífero, 3) humano, o neocórtex.

OS CÉREBROS DENTRO DO HUMANO (como esferas cada vez menores, mas tremendamente ativas, sempre mais para dentro)

1.       Dos fungos;

2.      Das plantas;

3.      Dos animais (reptiliano e mamífero, dois);

4.     Dos primatas (por 105 milhões de anos):                                               

5.      Dos hominídeos (por 10,5 milhões de anos);

6.     Dos sapiens (por 100, 50 ou 35 mil anos, conforme as avaliações dos hominídeos) – é o neocórtex;

7.      Da geo-história (o humano-escrito, desde 3,5 mil anos antes de Cristo).

Então, aqui também são oito. É claro que as amebas deixaram rastros pequenos dentro de nós, porque a mente delas era ínfima. Mas, lembre-se, isso é como uma casa em que a tinta-sábia humana se sobrepõe à alvenaria anterior; embora fique muito mais bonito ela é apenas uma capa, uma superfície temporalmente insignificante, uma laca, uma cobertura, realmente uma tintura.

OS HUMANOS SONHAM

·        Sonhos fúngicos;

·        Sonhos arbóreos;

·        Sonhos reptilianos;

·        Sonhos mamíferos;

·        Sonhos primatas;

·        Sonhos hominídeos;

·        Sonhos sapiens (sonhos racionais);

·        Sonhos GH (estes últimos são recentíssimos, de 5,5 mil anos apenas – sonhos civilizados, superacionais).

Foi dos SONHOS GH que Freud falou, mas tudo despontava em torvelinho, em tumulto - vazão daquela tempestade mental interior querendo sair -, todos falando por um buraco pequeno, um furinho de nada. Há sonhos e pesadelos muito mais profundos e ainda obedecemos a eles, especialmente aos parentes mais próximos, aos hominídeos e aos primatas. Quando acossados nos desvestimos da civilização, da racionalidade e voltamos aos tempos antigos, QUANTO MAIOR FOR A PRESSÃO – no limite agiremos como fungos. Investigando como sonhamos poderemos saber como eles eram - os primatas (não existem hominídeos, fora dentro de nós – os neanderthais com certeza foram incorporados), os mamíferos e os outros seres, cada vez mais para trás? Através dos comportamentos deles agora saberemos quais dos nossos sonhos se assemelham a essas suas condutas? Daí ser fundamental mapear com urgência os sonhos.

Quando estamos agindo na geografia-espaço e na história-tempo de agoraqui estamos expressando nossos medos antigos. Por exemplo, quando uma firma é conquistada, ela se torna despojo de caça e ela será estraçalhada como eram as carnes pelos hominídeos. Em tudo que fazemos hoje há a marca antiga, inclusive no sexo, e sempre que nos desvestimos de nossa superazão e razão, quando eliminamos os últimos 100, 50 ou 35 mil anos estaremos sendo hominídeos e primatas.

Mas a razão é um freio poderoso, de modo que enquanto não a afastarmos nos comportaremos como racionais (como PESSOAS: como indivíduos, como famílias, como grupos e como empresas; como AMBIENTES: como cidades/municípios, como estados, como nações e como mundo - racionalidade cada vez mais alta, apurada e fina). Contudo, toda vez que por meio de bebida, de fumo (o comum e o de canabis sativa, maconha ou marijuana), de drogas, de emoções fortes (como na política ou em grupo) alterarmos nossa posição, nos afastando das travas e deixando exposta a libido, estaremos recorrendo às potências antigas desenfreadas.

Daí que, LEGITIMAMENTE, os psicólogos poderão falar de estágios ou estados de putrefação da civilização ou da racionalidade.

ESTÁGIOS DES-HUMANOS (estágios 7, 6, 5, 4, 3, 2 e 1, sendo o oitavo o civilizatório)

·        Recuo à racionalidade (é perdida a civilização);

·        Recuo à irracionalidade hominídea (é perdida a racionalidade sapiens), à hominalidade;

·        Recuo à primatividade; e assim por diante, cada vez mais para trás.

Isso facilitará classificar os estágios das disputas, melhor que aqueles critérios de Herman Khan de – digamos - “não balance o barco”, etc. A que estágios desceram os vários conflitos humanos, aquelas 14 mil guerras que os russos desocupados listaram? Como nos comportamos sob pressão? A que estágios as pessoas mais insuspeitas descem sob situações de extrema compressão? Como procedem as criaturas humanas quando acossadas?

Não são “forças sobre-humanas” que despontam, senão forças subumanas, capacidades muito profundas que assumem o controle (ou descontrole) no caso de perigo de morte, de ameaça insuportável nos níveis superiores de controle ou comunicação (ou falta dela, quando os critérios lingüísticos são rompidos). Em que eventualidades? Isso pode ser mapeado?

Vitória, sexta-feira, 09 de janeiro de 2004.

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