terça-feira, 25 de abril de 2017


O Débito dos EUA

 

                            Em 11 de setembro de 1973 o governo democrático de Salvador Allende foi atacado e destruído no Palácio de La Moneda (a Moeda) e o presidente morto, por instigação dos criminosos Henry Kissinger (Killinger, se é que a palavra existe em inglês) e Richard Milhous Nixon, cujos nomes ficaram na geo-história como sinal de infâmia. Coincidentemente em 11 de setembro de 2001, 28 (4 x 7) anos depois, as Torres Gêmeas do WTC (World Trade Center, Centro Mundial do Comércio) em Nova Iorque foram derrubadas.    Sendo o Chile um país que territorialmente é uma faixa de cima abaixo é longo, mas não teria um braço tão longo assim. Os americanos não gostaram dos quatro mil mortos do WTC mas não ligaram o mínimo de a sangrenta ditadura instalada por Augusto Pinochet ter levado ao assassinato de milhares e ao exílio de maior número ainda. Nem se incomodaram todas as vezes que os EUA desde 200 anos atrás interferiram no mundo, num sem número de casos, especialmente na América Latina, para “preservar seus interesses” de exploração e escravização.

                            Creio que faz sentido alguém escrever contando tudo isso, o custo posterior da intervenção direta ou indireta dos Estados Unidos, seja porque diretamente mataram tantos ou porque indiretamente os governos fascistas que se tornaram seus títeres o fizeram, com seu beneplácito. Acho que um livro de 500 ou 1.000 páginas ficaria bem. Dinheiro e gente cedida, treinamento, armas, programas, tudo que foi usado em desfavor dos povos – de modo que todos no planeta saibam, principalmente os americanos, e possam se envergonhar desses disparates.

                            Pode ter o título de 200 Anos de Débitos, pois isso indica pagamentos a serem feitos no futuro, devendo os americanos decentes se prepararem para defender seu país ou se afastarem dele quando começarem as cobranças. Infelizmente, meus caros, as pessoas cobram mesmo. O que os salva, naturalmente, é o crédito, que também será dado no momento oportuno.

                            Vitória, domingo, 04 de janeiro de 2004.

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