O Débito dos EUA
Em 11 de setembro de
1973 o governo democrático de Salvador Allende foi atacado e destruído no
Palácio de La Moneda (a Moeda) e o presidente morto, por instigação dos
criminosos Henry Kissinger (Killinger, se é que a palavra existe em inglês) e
Richard Milhous Nixon, cujos nomes ficaram na geo-história como sinal de
infâmia. Coincidentemente em 11 de setembro de 2001, 28 (4 x 7) anos depois, as
Torres Gêmeas do WTC (World Trade Center, Centro Mundial do Comércio) em Nova
Iorque foram derrubadas. Sendo o Chile
um país que territorialmente é uma faixa de cima abaixo é longo, mas não teria
um braço tão longo assim. Os americanos não gostaram dos quatro mil mortos do
WTC mas não ligaram o mínimo de a sangrenta ditadura instalada por Augusto Pinochet
ter levado ao assassinato de milhares e ao exílio de maior número ainda. Nem se
incomodaram todas as vezes que os EUA desde 200 anos atrás interferiram no
mundo, num sem número de casos, especialmente na América Latina, para
“preservar seus interesses” de exploração e escravização.
Creio que faz
sentido alguém escrever contando tudo isso, o custo posterior da intervenção
direta ou indireta dos Estados Unidos, seja porque diretamente mataram tantos
ou porque indiretamente os governos fascistas que se tornaram seus títeres o
fizeram, com seu beneplácito. Acho que um livro de 500 ou 1.000 páginas ficaria
bem. Dinheiro e gente cedida, treinamento, armas, programas, tudo que foi usado
em desfavor dos povos – de modo que todos no planeta saibam, principalmente os
americanos, e possam se envergonhar desses disparates.
Pode ter o título de
200
Anos de Débitos, pois isso indica pagamentos a serem feitos no futuro,
devendo os americanos decentes se prepararem para defender seu país ou se
afastarem dele quando começarem as cobranças. Infelizmente, meus caros, as
pessoas cobram mesmo. O que os salva, naturalmente, é o crédito, que também
será dado no momento oportuno.
Vitória, domingo, 04
de janeiro de 2004.
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