Nicholas Carter
Um certo NC diretor
de cinema rodou recentemente (existe um outro, que filmou de 1935 a 1941,
segundo a Internet) película sobre os índios do ponto de vista deles. Inovou
sobrepondo duas telas deslocadas ligeiramente em relação a uma linha vertical,
de modo a gerar sombras representando “mundo superior” fantasmagórico das
lendas indígenas. Colocou, segundo disse ou eu entendi, duas câmaras, mas
poderia apenas ter sobreposto a mesma cena com meio ou um centímetro de
deslocamento à esquerda ou à direita. Um efeito interessante, ainda mais que
destoou as cores daquelas que chamamos de naturais, nossa relação com o
espectro físico de cores.
AMPLIANDO O SISTEMA DE NC
·
Uma
tela (anterior), pontual; PASSADO
·
Duas
telas (NC), linear; NC
·
Três
telas, plano (deslocamento em relação a uma linha vertical e uma linha
horizontal); UMA
CÂMARA
DUAS CÂMARAS
·
Quatro
telas, espacial (idem acima, mais uma câmara adicional que filme de trás ou
mais à frente, com ligeiro desfocamento em relação às outras); ESPACIAL
TEMPORAL
·
Cinco telas, temporal (uma câmara mais
adiantada alguns segundos, ou atrasada, introduzindo o tempo).
A questão toda é se não vai ficar
muito embaçado, se é assistível, se os espectadores não vão ficar confusos
DEMAIS, perdendo-se o efeito pretendido na dissonância cognitiva intratável e
intragável. SE puder ser usado ainda é preciso saber para qual significação, no
particular e no geral, porque também se seguirá a apropriação pelos filmes B,
C, D e E, e quando chegar neste último nível virará uma confusão dos diabos.
Em todo caso, ele iniciou uma nova
senda experimental teorizável, que poderá ser trabalhada pelos teóricos,
buscando-se novos caminhos para o Cinema.
Vitória, sábado, 10 de janeiro de
2004.
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