quinta-feira, 27 de abril de 2017


O Último Degrau

 

                            No livro A Experiência Matemática, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1985 (sobre original americano de 1982), p. 144, os autores Philip J. Davis e Reuben Hersh, citam Sa’id ibn Yusuf (Saadia Gaon, “filósofo, teólogo, líder proeminente da comunidade judia da Babilônia”, como refere o texto – Egito, 882 a 942), que diz: “o último degrau na escada do conhecimento é o mais abstrato e sutil de todos”.

                            O livro é de antes do início do modelo, que é de 1992, situando-se, portanto, 10 anos além da fonte americana: eu já havia lido o livro, mas a passagem não chamou a atenção porque não havia construído o modelo do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral e nele não havia deparado com a pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6).

                            O “degrau mais alto” é no modelo a Dialógica/p.6 e de fato é o mais sutil de todos, porque em o falando o Ser fala tudo abaixo. É o mais compacto e o mais perfeito, capaz de explicar todos os elementos de baixo, todas a pontes e todas as escadas, todos os avanços e todos os saltos, todas as evoluções e todas as revoluções. Mas resta acima ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele, que se situa além do finito.

                            A questão não é se está lá, mas se chegaremos. É claro que Gaon não sabia do modelo e apenas poderia referenciar algo “tão alto” que fosse completamente sutil e explicativo, uma espécie de EQUAÇÃO GERAL que explanasse efetivamente tudo. Estamos longe, relativamente, tendo chegado apenas à Psicologia/p.3, que nem matematizada está; por enquanto estamos matematizando a Biologia/p.2, falta muito para atingirmos a Informática/p.4, que não é essa física que está aí.

                            Não é curioso?

                            As pessoas não sabem expressar com fidelidade, mas de dentro delas vem um APELO ESCATOLÓGICO, como chamei, no sentido de falarem, de darem testemunho, de apontarem, ainda que não saibam nem onde, nem quando, nem o quê irá realizar-se, tornar-se real.

                            É formidável.

                            Vitória, terça-feira, 06 de janeiro de 2004.

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