A Sincronia da Mãe
Dominante
Eu já sabia terem os
pesquisadores determinado que em escritórios as mulheres começam por
sincronizar as menstruações. Depois a Clara, minha filha, me disse que isso é
para proteger as mulheres. Juntando o Modelo da Caverna das mulheres coletoras
(mulheres caçam, mas criaturas pequenas) e dos homens caçadores (homens
coletam, mas pouco), podemos ver fundo.
Como eu já disse, a
competição das mulheres é por esperma, venha ele de onde vier; nos tempos
contemporâneos isso significa muitos compromissos civilizatórios de superfície,
formais, estando o conceito de luta CONSTANTE - no caso de ameaça de falta de
depósitos de esperma -, sem quaisquer regras nem dignidade, implantado profundamente
no inconsciente. Também já vimos que OS FILHOS é que têm em volta deles as
mulheres, e não as filhas, que são competidoras e como tal objeto de ódio
disfarçado.
Ora, para quê
haveria sincronia? Não é para proteger AS MULHERES, pois já falamos de UMA
MULHER, a mãe-matriarca, a líder inconteste das mulheres, em volta do quê tudo
girava. Se for verdadeiro devemos encontrar rastros disso na atualidade em
qualquer grupo feminino, nele se destacando a MULHER ALFA, a primeira (e única,
não existe mulher-beta nem muito menos mulher-gama, pois as mulheres são NÓS),
à qual todas devem implicitamente obedecer. Na caça faz sentido formar vários
grupos, com um chefe provisório que lidere a linha de avanço e um geral que
lidere toda a linha-conjunto; devemos esperar macho alfa, beta, gama, etc.
A sincronização era
para proteger a fêmea-mãe, para garantir que ela sempre recebesse esperma, não
havendo competição desordenada das outras. É difícil pensar numa razão para
isso: que uma fosse primeiramente servida pelos machos que voltam e depois as
outras, tipo abelha-rainha, mas é o que desponta. Quem seria essa fêmea-mãe
senão a que geneticamente estava predisposta a ter mais filhos, a mais fértil,
a reverenciada por todas (e, necessariamente, a que produzia mais filhos que
sobreviviam – essa era olhada como uma deusa veneranda: primeiro ela, depois as
outras).
Vitória,
quarta-feira, 07 de janeiro de 2004.
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