quarta-feira, 26 de abril de 2017


A Sincronia da Mãe Dominante

 

                            Eu já sabia terem os pesquisadores determinado que em escritórios as mulheres começam por sincronizar as menstruações. Depois a Clara, minha filha, me disse que isso é para proteger as mulheres. Juntando o Modelo da Caverna das mulheres coletoras (mulheres caçam, mas criaturas pequenas) e dos homens caçadores (homens coletam, mas pouco), podemos ver fundo.

                            Como eu já disse, a competição das mulheres é por esperma, venha ele de onde vier; nos tempos contemporâneos isso significa muitos compromissos civilizatórios de superfície, formais, estando o conceito de luta CONSTANTE - no caso de ameaça de falta de depósitos de esperma -, sem quaisquer regras nem dignidade, implantado profundamente no inconsciente. Também já vimos que OS FILHOS é que têm em volta deles as mulheres, e não as filhas, que são competidoras e como tal objeto de ódio disfarçado.

                            Ora, para quê haveria sincronia? Não é para proteger AS MULHERES, pois já falamos de UMA MULHER, a mãe-matriarca, a líder inconteste das mulheres, em volta do quê tudo girava. Se for verdadeiro devemos encontrar rastros disso na atualidade em qualquer grupo feminino, nele se destacando a MULHER ALFA, a primeira (e única, não existe mulher-beta nem muito menos mulher-gama, pois as mulheres são NÓS), à qual todas devem implicitamente obedecer. Na caça faz sentido formar vários grupos, com um chefe provisório que lidere a linha de avanço e um geral que lidere toda a linha-conjunto; devemos esperar macho alfa, beta, gama, etc.

                            A sincronização era para proteger a fêmea-mãe, para garantir que ela sempre recebesse esperma, não havendo competição desordenada das outras. É difícil pensar numa razão para isso: que uma fosse primeiramente servida pelos machos que voltam e depois as outras, tipo abelha-rainha, mas é o que desponta. Quem seria essa fêmea-mãe senão a que geneticamente estava predisposta a ter mais filhos, a mais fértil, a reverenciada por todas (e, necessariamente, a que produzia mais filhos que sobreviviam – essa era olhada como uma deusa veneranda: primeiro ela, depois as outras).

                            Vitória, quarta-feira, 07 de janeiro de 2004.

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