sábado, 29 de abril de 2017


Kombufê

 

                            Devido à imensa pobreza em que o povo brasileiro foi por 500 anos mantido pelas elites safadas daqui, a grande maioria (80 %) sonha com algumas coisas que deveriam ser triviais, como exemplo comer frutas, que no Brasil são abundantes. Nos hotéis o serviço é farto pela manhã, especialmente nos do Nordeste brasileiro.

                            Aqui estaremos pensando numa Kombi, da Volks, ou outro utilitário qualquer em que possam ser colocados balcões em toda a volta, que as pessoas possam acessar estando de pé. Em vez de simplesmente café e pão, como as pessoas tradicionalmente estão acostumadas tomar na primeira refeição, seriam servidas frutas já limpas e partidas, escolhidas das melhores, no sistema de quilo, podendo a pessoa pegar tanto quanto pudesse pagar. E seriam servidos sucos (com água) e vitaminas (com leite: de vaca, de cabra, de soja, etc.).

                            Tais Kombis ficariam estacionadas nas calçadas, com o favor das prefeituras, empregando somente aposentados ou “primeiros empregos”, jovens até 20 anos, abrindo-se o capital para as pequenas empresas em volta que desejassem aderir ao sistema, financiando a Kombi seguinte, do próximo bairro, onde começaria tudo de novo, espalhando-se rapidamente pelo mundo (são pelos meus cálculos dois ou três milhões de bairros, como estimativa; se cada um dispuser de 10 quadras teremos 20 ou 30 milhões, com quatro esquinas 80 a 120 milhões – mas só 20 % poderão talvez ser aproveitados, os outros sendo os pobres que, próximo de casa, nunca consumirão. Então, uns 16 a 24 milhões delas, como limite). Franqueamento, tudo isso, cores planejadas, formas dos veículos evoluindo a ponto de serem especialmente desenhados e fabricados sob encomenda aos milhares.

                            Vitória, quarta-feira, 14 de janeiro de 2004.

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