Kombufê
Devido à imensa
pobreza em que o povo brasileiro foi por 500 anos mantido pelas elites safadas
daqui, a grande maioria (80 %) sonha com algumas coisas que deveriam ser
triviais, como exemplo comer frutas, que no Brasil são abundantes. Nos hotéis o
serviço é farto pela manhã, especialmente nos do Nordeste brasileiro.
Aqui estaremos
pensando numa Kombi, da Volks, ou outro utilitário qualquer em que possam ser
colocados balcões em toda a volta, que as pessoas possam acessar estando de pé.
Em vez de simplesmente café e pão, como as pessoas tradicionalmente estão
acostumadas tomar na primeira refeição, seriam servidas frutas já limpas e
partidas, escolhidas das melhores, no sistema de quilo, podendo a pessoa pegar
tanto quanto pudesse pagar. E seriam servidos sucos (com água) e vitaminas (com
leite: de vaca, de cabra, de soja, etc.).
Tais Kombis ficariam
estacionadas nas calçadas, com o favor das prefeituras, empregando somente
aposentados ou “primeiros empregos”, jovens até 20 anos, abrindo-se o capital
para as pequenas empresas em volta que desejassem aderir ao sistema,
financiando a Kombi seguinte, do próximo bairro, onde começaria tudo de novo,
espalhando-se rapidamente pelo mundo (são pelos meus cálculos dois ou três
milhões de bairros, como estimativa; se cada um dispuser de 10 quadras teremos
20 ou 30 milhões, com quatro esquinas 80 a 120 milhões – mas só 20 % poderão
talvez ser aproveitados, os outros sendo os pobres que, próximo de casa, nunca
consumirão. Então, uns 16 a 24 milhões delas, como limite). Franqueamento, tudo
isso, cores planejadas, formas dos veículos evoluindo a ponto de serem
especialmente desenhados e fabricados sob encomenda aos milhares.
Vitória,
quarta-feira, 14 de janeiro de 2004.
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