quinta-feira, 27 de abril de 2017


Praça de Cinema

 

                            Já disse que os governempresas são primitivos, bárbaros, incivilizados, incultos, selvagens e todo adjetivo que você puder arranjar nessa direção-sentido deles estarem atrasados em termos de percepção da virturrealidade do mundo.

                            As praças são as coisas mais ridículas do universo, tão simplórias a ponto de dar nojo na gente; são espaços com alguns bancos, flores, árvores – e os prefeitos e seus planejadores já acham muito. Quando em cidades um pouco mais avançadas comportam algumas coisas mais, sempre na mesma linha, mas eu já disse que podem ir muito além.

                            Em particular, podem ser inteiramente dedicadas ao cinema geral com salas, com lojas vendendo artigos, com praça de alimentação, com salas de discussão, com museu, com biblioteca, com áreas livres, com espaços para exposições, com telas de documentários “ao ar livre” - fora das salas, mas dentro da praça. Enfim, podem ser muito avançadas. Quanto os tecnartistas (especialmente os urbanistas e os arquiengenheiros) poderiam ir além do que já está aí?

                            Além disso, para aproveitar melhor o espaço, nada pede que ele seja somente aquele no plano, o que demonstra castração mental; pode ser aproveitado todo o volume com vários planos num prédio de muitos andares, lá mesmo onde está a praça-plana de hoje. Por quê não construir um prédio onde ela se situa? Nada realmente impede, só a falta de imaginação. Com 10, 20, 40 andares as prefeituras das cidades maiores poderiam fazer prosperar o Cinema a níveis inimaginados hoje. Poderiam convidar artistas, diretores, produtores, pesquisadores, toda gente envolvida para dar palestras, para ver, para apenas estar presente, para conversar com as pessoas, ali colocando lojas de bancos financiadores, roteadores que façam convergir os vários envolvidos, livrarias, salas de imprensa, salas de Internet, uma quantidade impressionante de apoios ou amparos.

                            Ah! - como essa gente perde tempo, em sua grandeza insignificante que não consegue ver um palmo na frente do nariz, centrada que está em si mesma.

                            Vitória, sábado, 10 de janeiro de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário