sexta-feira, 28 de abril de 2017


A Alma de Jacob

 

                            Pego o Jacob (Rio de Janeiro, 1918 a 1969) como poderia ter pegado qualquer dos grandes.

                            Imagino agora que em mais larga escala o que se faz é oferecer a alma em desenho a Deus, de dentro da Natureza. É uma oferta, a maioria fazendo-a pequena, enquanto poucos a fazem grande, de gigantesco esforço continuado. A vida só é suportável porque há esses grandes, cuja trilha podemos seguir, já que os pequenos mal são toleráveis, mal-e-mal dando para passar por esses sem vomitar – aqueles centrados em seu umbigo, voltados para dentro, sem manifestar nada para fora. Veja os níveis (povo, lideranças, profissionais, pesquisadores, estadistas, santos/sábios e iluminados) para enxergar uma pirâmide que vai se reduzindo até quase o pontual, de modo a termos no patamar de iluminados uma dezena em 100 bilhões de nascidos, talvez metade destes tendo tido tempo de fazer algo de significativo ao atingir a idade adulta, nos diz o modelo 50/50.

                            Relativamente, Jacob viveu bem pouco (51 anos entre datas), assim como seu filho, Sérgio Bittencourt - morreu do coração - que escreveu para o pai a música anexada Naquela Mesa. Ela é uma espécie de hino que todo filho decente cantaria para todo pai decente, como também foi o meu.

                            A gente vê que o cenário presente do mundo é feito de milhares de pontos, uns mais significativos e coloridos que outros. Encanta-me olhar as almas maiores, saídas de si para SEREM OS OUTROS, para serem sustentação, que não viveram só para si.

                            Saúdo, portanto, Jacob, a quem 51 anos bastaram para receber aplausos continuados. Salve!

                            Vitória, quinta-feira, 15 de janeiro de 2004.

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