Tributo Cultural
A Itália tem 301,2
mil km2 (6,6 vezes os 45,6 mil km2 do Espírito Santo),
com população em 2001 de 57,5 milhões de habitantes (quase 20 vezes os 3,2
milhões do ES) e PIB (produto interno bruto) de US$ 1,2 trilhão em 1999. Roma existe
reconhecidamente - contando da fundação de Cidade Eterna - desde lá por 750
antes de Cristo, mas as lendas dão conta de Enéias (é o que supunha Virgílio na
Eneida, imitação da Ilíada de Homero – enquanto Homero
mostra pelo lado dos gregos, contando a saga da conquista de Tróia, Virgílio
fá-lo pelo lado dos troianos perdedores) ter ido para lá por volta de 1,2 mil
antes de Cristo – porém, evidentemente, a região era ocupada desde muito antes.
Em todo caso os romanos e italianos lutam há muito tempo e constituíram uma
cultura ou povelite ou nação batalhadora em ambos os sentidos, no de travar
batalhas em guerras e no de se empenhar a fundo.
Não estou, de modo
algum, desconsiderando a luta dos outros povos, pelo contrário, tenho grande
paixão por todos e cada um deles, mas o caso aqui é contar como os migrantes,
vindo da Itália há 120 anos - o que já falei de outras vezes - se empenharam em
educar os filhos. Nisso vou citar o exemplo que conheço, esperando ver os
pesquisadores indo adiante, fazendo pesquisa de campo. Mostro os descendentes
de José Attílio Gava, meu pai, e Alvira Perim Gava, minha mãe, mesmo eles mal
tendo terminado o antigo primário, que ia somente até o quinto ano.
OS
FILHOS DOS FILHOS
(e o que eles fizeram ou estão tentando fazer)
·
DE ARY JOSÉ:
1. Ary José Gava Jr, administração;
2. Rossana Arrivabeni Gava, odontologia;
3. Érico Arrivabeni Gava, odontologia;
·
DE JOSÉ ANÍSIO (formou-se em direito):
1. Emily Dall’Orto Gava, artes e direito;
2. Bettina Dall’Orto Gava, direito;
·
DE JOSÉ AUGUSTO:
1. Clara Haddad Souza Gava, cursando
história;
2. Gabriel Haddad Souza Gava, cursando
engenharia mecânica;
·
DE ROGÉRIO PERIM:
1. Carolina Duarte Gava, cursando
psicologia;
2. André Duarte Gava, cursando ciências
biológicas.
Dos filhos, propriamente, embora todos
tenham entrado na faculdade, somente um foi até o fim, mas dos netos, que são
nove, todos terminaram ou estão indo adiante, pouco importa se chegam ao fim. O
que interessa mesmo e o que quero frisar é que de semi-alfabetizados saíram treze
que entraram na faculdade, o que denota o grande esforço italiano em educar-se.
E aqui vem o motivo do artigo.
Os descendentes de italianos e de
europeus, quando chegam aos novos países, formam-se nas faculdades em que
proporção POR GERAÇÃO (primeira, dos que chegam; segunda, dos filhos; terceira,
dos netos; quarta, dos bisnetos)? E quando começam a ser governantes do
Executivo, políticos do Legislativo, juizes do Judiciário? Quando começam a se
miscigenar (não vai nenhuma afirmação racista; apenas desejo saber a
DEGENERAÇÃO CULTURAL, isto é, a taxa de decaimento do interesse em educação que
havia no país de origem), quantos dos descendentes a partir daí já não se
interessam por educação superior? Isso vale também para judeus, árabes, todos
os povos antigos que vêem claramente o valor da educação. Esse levantamento
precisa ser feito, no sentido de reforçar nos outros povos a necessidade de
fazer cursos superiores.
Vitória, sábado, 03 de janeiro de
2004.
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