Vidas
Extraordinárias
Tendo
visto que 1/40 da população da Terra atingiria 150 milhões de pessoas,
contando-se 2,5 % da gente como sendo o extrato mais precioso, em quatro
grupamentos (A, B, C, D) (2,5 %, 47,5 %, 47,5 % e 2,5 %), podemos seguir uma
linha de pensamento. A história dessa divisão está no modelo, não vou repeti-la
agoraqui.
Se
contarmos dessa forma, teremos:
A 160 milhões (só para
facilitar as contas)
AA 4 milhões
AAA 100 mil
AAAA 2.500
Tais
divisões, à parte as críticas que poderiam fazer chover sobre qualquer
postulante, nos prestam o favor de produzir um número pequeno, tratável. Como
compactar seis bilhões (6,4, devido ao divisor), de modo a podemos estudar um
tantinho de gente, e não milhões, ou mesmo dezenas de milhares? Não haveria
gente que bastasse para pesquisar vidas demais. Por outro lado, perguntar de
6,4 bilhões quantos estão na categoria superespecial AAAA nos dá condições de
verificar o quê fizeram menos de três mil pessoas de especialíssimo a ponto de
terem um lugar no quadro?
O
que especialistas, reunidos em congresso, acreditariam ser tão útil num ser
humano a ponto de permitir a entrada de menos de três mil nessa sala única? E
excluídas quatro gerações (que fariam com que todos ou quase todos os vivos
agora fossem não-nascidos), quantos extrairíamos do passado inteiro (digamos,
de 1900 para trás)?
Quais
foram realmente as vidas humanas mais extraordinárias? Como sabemos, pouco é o
tempo, muitas as exigências e desatenções, várias as armadilhas desviantes,
demasiados são os chamados do prazer – há tantos atalhos para a pequenez! A
resistência quanto à diminuição, a persistência fantástica rumo à grandeza, a
insistência em dar aos demais o pouco tempo disponível, tudo que distingue esse
número ínfimo da vacuidade e do apequenamento geral, como tudo isso é difícil.
Quantos vão às grandes alturas? O que os coloca lá? Se soubermos o que é, por
comparação de todos e cada um, poderemos seguir seus exemplos. E talvez com
isso a humanidade melhore mais rapidamente.
Vitória,
quinta-feira, 19 de dezembro de 2002.
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